terça-feira, março 31, 2009

Nos pegue-e-pagues do mundo

MÃE - Filha, você quer gelatina de uva? É purple.
FILHA (a menina de uns 3 anos olha o pacotinho demoradamente) - Purple...
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ESPOSA ACIMA DOS 60 - Você é um bosta. Devia era ter passado mais um mês fora.
MARIDO ACIMA DOS 65 - Devia mesmo.
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PAI - Peraí que o papai vai pegar um cupom para a gente viajar para a praia.
FILHO - Nós vamos viajar?
PAI - Se a gente for sorteado, sim.
FILHO (deve estar vendo muito o Chaves) - E zás, a gente vai pra praia, eu vou pegar minha prancha...

segunda-feira, março 30, 2009

Queres casa?

Tenho a sensação de que, daqui a não muitas décadas, Brasília será como uma dessas capitais quatrocentonas da Europa: uma cidade na qual moram pouquíssimas categorias de pessoas. Primeiro, os velhinhos que compraram apartamentos ou construíram casas há uma era. Segundo, as pessoas de qualquer idade (desde que sejam milionárias) que tiverem grana para comprar ou alugar qualquer coisa (nem que seja para dividir um quarto-e-sala por um aluguel absurdo) dentro do Plano Piloto, dos lagos Sul e Norte, do Cruzeiro ou do Sudoeste. Terceiro, aqueles que herdaram as ditas moradias dos pais e avós.

Quem não for proprietário antigo, nem milionário, nem herdeiro, nem estiver disposto a compartilhar um cubículo com uma galera terá de viver cada vez mais longe dessas áreas. Consigo imaginar as cidades-satélites de Taguatinga, Ceilândia, Sobradinho, Samambaia e Guará, entre outras, infladas -- quase explodindo -- de gente de classe média disputando seu espaço metro quadrado por metro quadrado. E pagando bem por isso. Aliás, vejo cada vez mais -- na tevê e em panfletos -- ofertas de condomínios elegantes sendo construídos fora do coração do Distrito Federal.

Esse chute sobre o futuro não veio do acaso, mas a partir da observação de todas as pessoas do universo (tá bom, só das pessoas entre 20 e 30 anos que moram aqui). Não há quase ninguém que eu conheça, e olha que eu conheço gente à beça, que não esteja numa pressa daquelas de comprar apartamento. Ou que não esteja na corrida para passar logo num concurso público com um supersalário e, então, comprar um apartamento (cujo preço, claro, acompanha ou antecede a tendência de alta dos salários de vários tipos de servidores do Estado). Ou que não se pergunte se o salário na iniciativa privada será o suficiente para garantir o financiamento de um apê.

Quando vejo tudo isso, me pergunto uma série de coisas. Será sintoma da idade? Digo, essa vontade de ir com tudo rumo à compra da casa própria -- e, portanto, da estabilidade -- é algo típico das pessoas da minha atual faixa etária? Ou será que essas pessoas também estão antevendo o fenômeno que descrevi lá em cima, nos dois primeiros parágrafos?

Certezas, de verdade, só existem três. Uma delas está nas estatísticas. A compra da casa própria está sempre nos primeiros lugares da lista de desejos do brasileiro. Outra é a de que, em breve, não vai mais sobrar lugar para construir na cidade, a não ser que deem uma banana definitiva para o tombamento de Brasília. Com o fim dos espaços, qualquer apartamentinho potencialmente ganhará um valor ultra.

Finalmente, essa espécie de corrida maluca tem muito a ver com uma cidade que tem no funcionalismo público estável (e bem valorizado nos últimos anos) uma de suas principais bases econômicas. Gostaria de ver como ficaria o mercado se as torneiras da verba voltada aos servidores do Estado fossem fechadas com força. Será que a tendência de cortes ao orçamento do setor (como os anunciados recentemente pelo governo) se mantém nos próximos anos?

Até que a resposta seja dada de vez, ainda tenho mais um tempo para decidir se -- algum dia, quem sabe -- me junto à onda de conhecidos, colegas, amigos e cia. e garanto um lugar definitivo na Brasília futurista, inchada e incógnita de dois mil e quelque chose. Ou se simplesmente resolvo ir contra a corrente.

domingo, março 29, 2009

Imagem do dia

Foto tirada na casa da minha amiga mais figura, mais cara-de-pau e mais engraçada.
A mesma que resolveu que ia para o Cazaquistão -- e não era piada.

Festa do caqui


Eu sempre defendi que caqui é coisa que se compra no sinal de trânsito, não no supermercado. Ainda mais aqui em Brasília, onde os vendedores estão por toda parte entre fevereiro e abril. Perto da quadra da minha mãe. No caminho para o trabalho. No semáforo perto da academia.
Um colega perguntou há pouco tempo, em tom de brincadeira, se esse gosto teria a ver com os micróbios que fatalmente parariam na casca da fruta depois dela ficar tanto tempo exposta na rua. "Da mesma forma que a salmonella dá gosto ao churrasquinho de gato", ele comparou. A gente riu, e eu disse que a história era outra.
Caqui de supermercado normalmente fica naquelas geladeirinhas de frutas. Provavelmente vai para lá ainda verde. Quando sai da caixa, está duro como pedra. Demora um milhão de anos para amadurecer, o que frustra qualquer vontade. E, mesmo quando isso acontece, a fruta não mostra tudo o que tem de bom. Algumas partes não perdem a rigidez. Outras são adstringentes. Em síntese, uma droga. Os R$ 5,50 (contra R$ 5 do vendedor de rua) mais mal gastos do mundo.
O do sinal é diferente. Amadurece sob o misto de sol e névoa do cerrado e se transforma rapidamente numa coisa brilhante, quase sedosa. Se pega chuva, é mais bonito ainda. Quando a gente pega a caixa do vendedor, as frutas estão todas salpicadas de gotinhas. Uma coisa quase cênica, eu diria. Há bichinhos microscópicos na casca? É bem possível que sim. Mas nada que um litro de água com algumas gotinhas de cloro (e bastante água corrente depois) não resolvam.
Quando se parte a fruta ao meio, é melhor ainda. O recheio cede facinho à colher. É quase como degustar um doce incrível, só que sem as calorias e sem o peso na consciência. Eu poderia comer uns dois ou três de uma vez se isso não fosse causar uma festa do caqui na barriga (amo trocadilhos infames). Agora, comer dois por dia pode. Faço isso muito até a temporada acabar, porque sei que ela é curta. Depois de abril, só no ano seguinte, quando tudo começa de novo: a busca pela fruta mais perfeita, a vontade de se afogar nela e a saudade quando a colheita acaba.
Eu só não defendo mais os vendedores de rua porque fiz ontem a melhor das descobertas: caqui de mercadinho a R$ 1,99 (seis unidades), maduro e ainda embalado nessa bandeja superfotografável. O primeiro dela já era.

sábado, março 28, 2009

Como juntar...

... duas paixões numa foto só: stencil grafite e gato.
Vou postar só isso mesmo porque o sábado está lindo -- e eu, com preguiça de computador.
Amanhã eu trago um textinho.
Beijos!

sexta-feira, março 27, 2009

Arte urbana ou provocação gratuita?

Manifestação cultural tipicamente pop ou simplesmente bagaceira, polêmica vazia, sujeira? Essa pergunta surgiu em várias ocasiões que parei para observar os desenhos da cidade -- como quando tirei essas duas fotos -- e reaparecerá sempre que eu não tiver certeza de que gosto de alguma, vamos chamar assim, obra.

O primeiro stencil eu vi numa lixeira perto de um mercadinho bom para comprar frutas. De cara, me indignei com o lugar escolhido pelo grafiteiro. Ao mesmo tempo, deu uma vontade louca de fotografar. Fiquei meses passando pelo tal lugar de carro e sem máquina. No dia em que finalmente me organizei para fazer cliques, alguém já havia tido a bondade de limpar a lata de lixo. Por sorte (sorte?), vi a mesma figura no mesmíssimo dia, numa parede nos fundos de um prédio comercial do outro lado da cidade (foto acima).
E descobri que, na verdade, tratava-se do anúncio de uma festa (me pergunto como terá sido).
Pois estava lá, flutuando na parede descascada, a imagem desse ser vagamente parecido com a Mulher Melancia (o quadril é menor, reparem) junto com um monte de cartazes horrorosos de consertos de máquinas de lavar, de shows musicais ocorridos no período pré-cambriano, de mães-de-santo/tarólogas, etc. Feio! Em síntese, aquilo é só mais uma informação visual que não vai acrescentar mais nada a ninguém (afinal, a festa já passou) e não contribui em nada para dar um jeito na cara poluída e decadente do lugar. Gosto não.
Mas pelo menos me fez pesquisar o que o Gilles Deleuze pensava. Antes de deparar com a moça do stencil, não havia lido nada dele na faculdade nem fora dela. Só conhecia de nome. :-(

O JC da segunda imagem tem carregado a sua cruz em outros pontos da cidade além da Asa Norte. Não lembro mais onde foi que o vi, mas nenhuma das aparições me deixou tão impactada quanto essa registrada na foto. Primeiro, porque ver Cristo assim, em plena luz do dia, é meio surreal. Segundo, porque eu sei que essa pilastra superalta havia sido pintada (nessa cor mostarda pavorosa) pouco tempo antes, e deve ter dado um trabalho mega! Se eu fosse o pintor desse prédio de lojas, cortava os pulsos na base da fricção.
E olha que nem falei da temática da figura. Jesus não é problema (para muitos, é solução), nem responsável por tanta intolerância que se vê. Pelo menos para mim, problema são as mil coisas péssimas que fizeram em nome dele. Tenho certeza de que se JC visse ao vivo todas as maluquices desse mundo, cortaria os pulsos na base da fricção também.
Menos mal que exemplares como esses são raros na cidade. Ontem, numa hora em que saí para resolver coisas na rua, vi uma série de grafites legais. Brasília está apinhada deles. Se eu conseguir, fotografo tudo -- ou pelo menos uma parte -- no fim de semana e mostro logo aqui.

Gato e sapato

Mas a foto também pode se chamar "repositório de fofura".
Os bichanos pertencem a dois amigos... os tênis são meus mesmo.

quarta-feira, março 25, 2009

Love for Sale

Love for Sale, segunda faixa do disco Something Else, que é finesse pura!
Amanhã eu escrevo direitinho. Tô cansada. Beijos.

terça-feira, março 24, 2009

Rosana

Será que eu vou apanhar dos religiosos se eu contar a minha história? Tá bom, vou contar, mas aí você não bota o meu nome de verdade, tá? Inventa um, por favor. Minha história é a seguinte: depois de tentar arrumar namorado de todas as formas possíveis e imagináveis nesta cidade onde ninguém quer nada com nada, resolvi tentar nas igrejas evangélicas.

Uma amiga — que já adotou a igreja — me deu a ideia dia desses, disse que é ótimo. Não que ela esteja namorando, mas pelo menos tem conseguido conversar num nível aceitável com uns meninos. Trocou até telefones, e-mail, MSN, etc. Aleluia, irmãos.

Semana passada, saí com ela para comer um crepe e ela me veio com a sugestão:
— Você podia me acompanhar na semana que vem.
— Mas eu não sou evangélica. Fiz primeira comunhão, rezo Ave Maria…

Ela me interrompeu com um risinho.
— Você já participou de algum “pegue-me”, digo, Segue-me?
— Ah, não. Nunca fui católica a esse ponto. É como eu te disse: fiz primeira comunhão, rezo uma Ave Maria de vez em quando, mas nunca fui assim… fervorosa. Já fui em terreiro de candomblé, comunhão espírita, templo budista…
— Melhor ainda. Assim é que você vai ser acolhida mesmo. Pede um crepe doce para a gente dividir e eu te conto como é.

Em síntese, é o seguinte: em todos os cultos existe um momento em que o pastor pergunta se há pessoas novas por ali. Quem quiser se apresentar se levanta e diz o nome. Depois que todos os novatos já fizeram isso, a banda toca e todos vão cumprimentá-los. Ao que parece, essa hora é decisiva. É quando os meninos veem quem são as meninas novas, e quando as moças avaliam os meninos. A paquera rola a partir daí.

Segundo a minha amiga, é melhor fazer uma produção.
— Vai arrumada, tá? Todo mundo vai. Faz uma escova, bota um saltinho, que o negócio é fino.

Treinei uns sorrisinhos e uns acenos para fazer para a galera, mas posso desistir de tudo isso se tiver um surto de timidez na hora.

Também me esqueci de perguntar se eles fazem questão que a menina seja virgem. Mas… nada de queimar etapas, né? Primeiro, conhecer os meninos. Depois, fazer outras coisas.

Agora, estou cá de escarpin, terninho jeans, lente de contato azul, escova e bolsa Prada made in Feira do Paraguai esperando a minha amiga chegar. Queria fazer xixi, mas não tem banheiro aqui, né? Vou deixar para ir quando já estiver lá.

Eu aproveito para retocar o batom e pedir para Jesus não ficar muito brabo por eu estar indo para a igreja pelos motivos que acabei de te contar. Quer dizer, vai ser bom também ir para orar, buscar uma tranquilidade, né? Mas eu preciso muito de alguém, meu Deus do céu. A situação está séria, minha amiga. Muito séria.

segunda-feira, março 23, 2009

Hunf


Tantas pessoas de tantos lugares incríveis do mundo passam por este cafofo e não deixam um comentariozinho sequer.

Tantas moças chegam aqui querendo saber se estão apaixonadas ou não e nunca dizem se o teste foi útil. Nunca saberei sequer se chegaram a fazê-lo.

Tantos internautas descobrem que aqui existe uma solução para quando a tela do Windows fica de cabeça para baixo e nem contam se serviu para alguma coisa.

Esses são resmungos de quem ficou carente porque passou o dia inteiro sem um comentariozinhozinho que seja.

É sério, leitor, não se acanhe. Seu comentário é muito importante para nós (hehe).
Amanhã a gente se vê.

Vieram para confundir



De todas as imagens que dão sobrevida ao visual do concreto aparente de Brasília, esta (na 107 Norte) é uma das mais intrigantes. Não sei se é falta de referência da minha parte ou se a pintura é feita para confundir mesmo, mas não consigo dizer com clareza quem é quem. Pela posição e pelas cores, a personagem da esquerda pode ser budista ou hindu. O da direita me fez lembrar de João Cabral de Melo Neto e de João Guimarães Rosa. Me lembrei que o segundo aparece em mil fotos (tipo essa) de terno e chapeuzinho. Mas ele não é exatamente igual ao usado pelo indivíduo da direita.

Supondo que o cidadão seja de fato o Rosa, podemos passar para a segunda parte do mistério: o que os dois estão fazendo lado a lado?

Pensar que trata-se do autor de Grande Sertão: Veredas é melhor para mim, porque me permite especular com um pouco mais de propriedade (haha). O encontro de dois personagens tão diferentes levitando tão perto um do outro faz pensar em transcendência. Em misticismo, coisa que o velho Rosa levava a sério. E na frase "As pessoas não morrem, ficam encantadas", que o escritor tornou célebre ao tomar posse na Academia Brasileira de Letras, em 1967. Encantamento é uma boa definição para o que se passa entre a figura de amarelo e o homem de terno. Dá para pensar que cada um deles vive a experiência a seu modo. Como, no mais, todos nós fazemos.

Se tivesse que optar por só um modo de transcender, ficaria mil vezes ao lado do Rosa e das letras. Descobri cedo que meditação e yoga -- seja lá o que a personagem de amarelo está fazendo -- não são e nunca serão algo para mim. Não me peça para visualizar um feixe de luz azul voando sabe-se lá por onde, ou para executar qualquer sequência além da saudação ao sol. Tentei muito, tentei até demais, e me dei conta de que quanto mais meu espírito busca a luz, mais me agarro às coisas terrenas. Ao dever de casa que preciso terminar. À informação que preciso checar para uma matéria. À droga que é não conseguir jogar o ar lá para o diafragma enquanto o corpo faz 78 coisas ao mesmo tempo e treme para se segurar na posição.

Agora, sentir as portas da mente se abrirem diante de um texto fantástico é outra experiência. Troco mil aulas de yoga por um livro de Rubem Braga ou qualquer outro escritor bom. Quem faz negócio comigo?

Quero saber quem mais arrisca uma interpretação. Consigo pensar em mais uma, mas o tempo está curto para desenvolvê-la. Vou tentar mais tarde. Enquanto isso, aguardo (sentada, haha) os comentários.

domingo, março 22, 2009

Listinha dominical

Essa é curiosa. Dia desses, estava navegando à toa na vida quando descobri que fui convidada pelo Daniel Becher a responder uma lista (também conhecido como meme) sobre cinco coisas que me irritam. Detalhe: o tal convite foi feito há uns dois anos, quando achei que a minha vida blogueira já tinha acabado. E só recentemente soube que ele existia. Seguem as respostas. E, caro colega da blogosfera, perdoe o atraso.

* * * * * Cinco bobagens que irritam esta blogueira * * * * *

1. Pisar de meia no chão molhado

Isso costuma acontecer com quem considera chinelo um item secundário. E é um saco! Principalmente quando você acabou de vestir a meia.

2. Restaurantes self-service que salpicam cebolinha e coentro em ingredientes nada a ver

Você está lá no restaurante, feliz e contente, montando uma saladinha para o almoço. Quando vai pegar, por exemplo, a beterraba ralada, vê que há um quilo de cebolinha a título de decoração. P****, cebolinha é feia e embrulha o estômago. Cebolinha não é decoração, cebolinha não deveria ser sequer recomendada para o consumo humano! Já deixei de botar algumas coisas no prato em várias ocasiões porque achei que o esforço para catar esses temperinhos (sim, porque eu cato todos eles) ia acabar com o meu prazer de comer.

3. Calçadas que levam do nada ao lugar algum

Fiz um post sobre isso recentemente. É uma das coisas mais brasilienses que existem, e quase ninguém toca no assunto.

4. Ar-condicionado sem medida

Funciona assim: ou ele está desligado ou ele dá temperatura polar ao ambiente. Como numa vez em que viajei à Bahia de ônibus, estava um calor do inferno e o motorista disse que o ar-condicionado só funcionaria mais tarde, quando a noite ficasse mais fria. É mole? Pois foi exatamente o que aconteceu. Na madrugada, esfriou. E o ar ajudou a dar mais uma geladinha na galera. Brrrrrrrrrrr.

5. Barulho de secador de cabelo

Essa é auto-explicativa. É inacreditável que, com tanta tecnologia nesse mundo, ninguém ainda tenha feito nada para resolver o problema. Imagine quem trabalha como cabeleireiro e tem de ouvir esse barulho todo dia, toda hora? Infernal.

Bom, é isso. Espero que as respostas não estejam muito bizarras.

Normalmente, esse tipo de lista vem acompanhado por um convite para cinco pessoas responderem. Vou burlar a norma (oh!!!) e não chamar ninguém especificamente porque nunca sei quem está com tempo ou paciência para essas coisas. Quem quiser responder responde -- seja nos comentários, seja nos próprios blogs. E se quiser botar o link para o MCDQEPD no blog, vou achar lindo. Bom domingo a todos.

sábado, março 21, 2009

Circo agridoce

Galera, conforme prometi ontem, encerro hoje a minha saga cearense com as fotos de um circo que andava bombando em Canoa Quebrada na semana da viagem.

Infelizmente, me esqueci do nome. Se me lembrar em algum momento, atualizo o post. Que, por sinal, vai ser comprido. Preparem-se.

A faixa acima foi o motivo principal pelo qual resolvi adquirir um ingresso já meio suado, com jeito de que tinha sido reutilizado muitas vezes. Precisava saber que jeito tinha um fight de anões.

Os pequenos artistas comandam o circo, a começar pela bilheteria. Dizem-se uma família formada por sete pessoas, tal qual na história da Branca de Neve. Mas há circenses de outros tamanhos também.

Do lado de fora da lona, a gente vê várias pessoas que entrarão em cena mais tarde. Primeiro, elas vendem maçã do amor, espetinhos, bebidas, etc. Depois, vão ao picadeiro ajudar no número dos palhaços, engolir fogo, fazer acrobacias e por aí vai. Todo mundo faz tudo junto. O espírito do circo é isso aí.

O palhaço abaixo é um dos mais frenéticos que já vi. Chega dançando o funk The Book is On The Table. A molecada pira.

Depois, ele pega o microfone e sai fazendo perguntas engraçadinhas para a plateia. Nessa hora, dá para ver que muita gente está ali pela segunda ou terceira vez, porque ele reconhece algumas pessoas e tal. Gostaria muito de ter feito uma foto desse cara no estilo Diane Arbus... Fica para outra vida. Pretensão demais da minha parte! hehe.
As crianças não desgrudam o olho.
Tudo ia muito bem até o momento em que o palhaço começou a fazer esquetes com outros circenses. Pô, falar palavrão num espetáculo para criança é dose, né? E eles falavam vários. E faziam referências aos orifícios e às genitálias uns dos outros. É um tipo de humor apelativo, que não me agrada. Honestamente, não sei se a molecada entendia tudo aquilo ou não.

Gostei mais de ver os outros números. De verde, na foto abaixo, o acrobata Allison Vilar. Apesar de novinho, já é um showman. Tanto que ainda consigo me lembrar do nome dele.

Esse quadro de tecido também foi bacana. São dois irmãos. O de branco era o mais gracioso.

Primeiro, ele sobe na corda. Depois, faz de tudo um pouco lá em cima.

Abaixo, o irmão dele. Eu realmente preciso de um tripé.

Ao final de cada quadro, os artistas iam para a plateia para assistir aos outros. Gostei disso também. Mas acabei indo embora quando o engolidor de fogo saiu de cena para dar lugar a um novo esquete de palhaços. Não dei conta das piadas... e precisava voltar andando sozinha numa pista de areia até a pousada antes que ficasse muito tarde.
E o fight de anões? Vai ficar para outra vida, já que essa era uma atração prevista para as semanas seguintes. A não ser que o circo vire algo permanente e eu volte para lá. Pelo menos fiz umas fotos legais.

sexta-feira, março 20, 2009

Broadway, etc.

Gente, essa é a última leva de fotos da Broadway, a rua mais bombada de Canoa Quebrada.

Amanhã, eu mostro um circo aonde fui e aí paro de falar da viagem, porque do contrário vou querer ir para lá de vez. Oh, inconformidade por Brasília não ter praia. :-)


Duas divas: Betty Boop e Marilyn Monroe. A primeira delas, numa versão bem inocente. A segunda, por sua vez, decidiu que agora só vai para o baile funk... daquele jeito.

São José (cujo dia foi comemorado ontem) batiza um mercadinho. Adorei a pintura.

Canoa não é só a Broadway. Há uma série de ruazinhas paralelas que contam até com praça de alimentação. Se o meu mapa não está errado, ela fica na Rua Francisco Carço.

Olha ela aí!

.... Não é pastel, mas parece. Nunca vou saber do que se trata de verdade porque a tal pracinha só abre à noite. E eu só a descobri no último dia... *suspiro*

quinta-feira, março 19, 2009

Oh, crianças - 2

MENINA - Mãe, você não respondeu à pergunta que eu fiz na mensagem que mandei.
MÃE - Qual?
MENINA - Que eu mandei agora há pouco, por telefone.
MÃE (pega o celular e lê a mensagem) - "Mãe, aonde vamos almoçar hoje?" É essa?
MENINA - Essa mesma.
MÃE - Ah, a gente pode ir no...
MENINA (interrompe com irritação) - Não me responde assim, mãe! Responde por mensagem!
MÃE (balançando a cabeça) - Não estou acreditando...
MENINA - Por favor...
MÃE - Aaaaafff, tá bom (e volta-se para o teclado para responder).

Ouvido por um colega do maridón num supermercado de Brasília.

quarta-feira, março 18, 2009

Senhoras e senhores... a Broadway!

Eu não sei quem teve a ideia de chamar a rua central de Canoa Quebrada de Broadway. Mas a irreverência do negócio é louvável. Hoje, ela tem pouco mais de 1km de comprimento e está toda fofa, calçada com pedras portuguesas e tal. Nem sempre foi assim. Algumas pessoas para quem mostrei as fotos e contei as histórias relataram o salto de evolução na paisagem local.
Com vocês, ladies and gentlemen, a Broadway, vista desde a Praça Dragão do Mar.

Quem olha a foto nem imagina o sol que rachava os cocorutos de homens, mulheres, crianças, cachorros e gatos àquela hora da manhã.

Perto da Broadway, no caminho para a vila de pescadores, há uma igrejinha.


Um quilômetro e pouco pode não parecer nada, mas em se tratando de Broadway é coisa à beça. Lojinhas de roupa, de artesanatos bacanas, de souvenirs bobos (tem quem goste), imobiliárias, lan houses, salões de beleza, bares e restaurantes de todos os tipos ocupam cada milímetro da rua. Tenho ojeriza à expressão "para todos os gostos e bolsos", mas no fundo ela se aplica bem ao lugar.

A via principal de Canoa tem uns detalhes curiosos, tipo o nome da escola abaixo. Depois, descobri que Zé Melancia é o nome de um pescador e poeta que, de tão respeitado, batiza até uma rua paralela à Broadway. Aqui e aqui, você lê um pouco mais sobre ele.

Essa lan house também é incrível. Ora, se os canoenses têm até a Broadway, por que não poderiam fazer sua própria Beverly Hills?

O nome desse forró também chama a atenção. Me dá a ideia de uma bagunça organizada. :-)


Para o post não ficar muito comprido, faço uma segunda parte da Broadway qualquer hora dessas...

terça-feira, março 17, 2009

A lua lá longe


Acreditem: a foto acima é de uma lua no momento em que nasce atrás das dunas e tem sua imagem refletida nas águas de um pequeno oásis. O cenário é Canoa Quebrada, Ceará. Foi uma visão tão inacreditável que não consegui pensar nem em técnicas de fotografia, em regulagem de máquina nem em nada mais. Deu no que deu: uma foto conceitual, para não dizer horrenda. Depois, fiquei pensando sobre a falta que faz um tripé.

Depois do primeiro clique, voltei ao normal e consegui fazer esses registros.

A lua arrasou naquele dia. Valeu a pena ser picada por uns 17 mosquitos ao mesmo tempo só para conseguir fotografá-la. Calombos? Imagiiiiiiiiina. Quase nada.

Terminei a sessão dando vivas e mais vivas ao zoom ótico (10x) da máquina. Zoom ótico é tudo, minha gente. Amanhã eu mostro a Broadway de Canoa pra vocês. Beijos!

segunda-feira, março 16, 2009

Depois da onda pesada, a onda zen


Será que é preciso contar a história? Bom, vamos lá. :-) Canoa Quebrada, Ceará, começou a virar destino de viagem lá pela década de 1970, quando uns hippies atravessaram a pé umas dunas enormes e se deram conta de que, aê, o visual de lá dava um transe místico.


Antes disso, o lugar era um vilarejo de pescadores sem luz elétrica nem nada. Aos poucos, ganhou uma infra bacana (pousadas, restaurantes, comércio, passeios organizados) e uma estrada em estado razoável que a conecta com o resto do estado.


A vila de pescadores continua lá. Foi até filmada para uns episódios de Malhação. A novelinha da Globo, aliás, deu uma euforia em várias pessoas locais. Agora que Canoa Quebrada foi exibida na tevê, pode-se ver na cidadezinha a jangada que apareceu na Malhação, a barraca de praia da Malhação, o parapente da Malhação, etc., etc., etc. Dá para se divertir observando isso.


A lua e a estrela, símbolos de Canoa (que tiveram origem no desenho que um paquistanês fez durante os anos 70), também foram devidamente registrados para a tevê. Este, da foto, é o original. Ao longo da praia, dá para ver umas duas ou três reproduções nas pedras das falésias.


O canto onde fica essa escultura é supervisitado por bugueiros e turistas. Mas, tirando a obra de arte, esse pedaço de praia nem é tão espetacular. Achei com cara de malcuidado. Melhor andar em direção às barracas Lazy Days (a da Malhação, hehe) e do Casqueiro (também conhecida como Barraca do Símbolo). Perto dali, uns recifes de corais deixam a água com ondas bem calmas. Uma delícia para nadar.




Esse pedaço de mar (foto acima) fica perto da vila dos pescadores. Outro lugar bom para ir é depois do restaurante Bom Motivo. Dali em diante, a praia é praticamente sua. São quilômetros e quilômetros de areia branquinha e quase ninguém por perto. Sensacional. Vale avisar que, por lá, o mar é mais agitado e tem correnteza forte. Melhor ir de manhã cedo, na maré baixa.

Essa duna onde a galera faz aerobunda e esquibunda fica fora da cidade. É preciso descolar um passeio de buggy, o que é facílimo: basta procurar alguém da associação de motoristas. Eles ficam no centro da cidade (a Broadway) com suas camisetinhas brancas de manga azul.


Me amarro muito nessa foto aí de cima, tirada durante o passeio nas dunas. Acho que foi a mais legal que fiz na viagem.

Essa foi feita no mesmo passeio. Nada como ter máquina com um superzoom ótico. Esse cara estava longe à beça, caminhando sozinho, sabe-se lá para onde.

Tenho fotos de lua nascendo nas dunas e fotos da Broadway. O que coloco no ar amanhã? Mande um comentário e ajude-me a decidir. Bjo! :-)
Esqueci de dizer: o título deste post vem de uma música de Seu Jorge (do ótimo disco América Brasil, de 2007) mais do que adequada para lembrar de um lugar legal assim.

Prêmio Dardos - 2

Yeah! o/ O MCDQEPD recebeu novamente o Prêmio Dardos. Desta vez, veio pelas mãos do Diadema de Angola. À MJ, editora do blog: gratíssima!

"Com o Prêmio Dardos, reconhecem-se os valores que cada blogger emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os bloggers, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web. Este prêmio obedece a algumas regras:

1) Exibir a imagem do selo;
2) Linkar o blog pelo qual se recebeu a indicação;
3) Escolher outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos".

Os dardos agora voam em direção ao blog 2009, do Ugo Braga.

domingo, março 15, 2009

Oh, crianças - 1

MENINA - Pai, o que é esse sorvete de menta egípcia?
PAI - É tipo aquele de chocomenta, só que sem o choco. Só tem a menta.
MENINA - Ah, bom.

Ouvido em uma sorveteria em Brasília.

Blog, o retorno

Muita, muita saudade do blog depois de uma semana em Canoa Quebrada, Ceará. Uma semana sem pensar em trabalho, internet e blazer preto para aguentar o ar-condicionado.

Uma semana pegando sol de dia e assistindo a bizarrices na tevê à noite (tipo Caminho das Índias e a cobertura que o Pânico na TV fez do mardi gras), depois do jantar na Broadway.

Foi sensacional. Entre outras coisas, nunca vou me esquecer do dia em que tomei Chicabon no café-da-manhã. De todas as fotos que tirei -- em especial as da lua cheia nascendo entre as dunas. De todas as músicas engraçadas que ouvi. É muita coisa para lembrar.

Quem não foi a Canoa precisa conhecer já: o lugar é fantástico! Durante a semana, vou colocar umas fotos e umas histórias aqui. Se alguém quiser saber de dicas, posso passar umas.

Também deixei um post programado para hoje, mais tarde -- que é para eu passar o resto do dia paparicando a família e sentindo saudade do maridón. ;-)

sábado, março 07, 2009

Uma folga pequenina

Pessoal, vou dar uma folga de uma semana para o MCDQEPD. Espero que, no próximo domingo, quando estiver de volta, eu seja uma blogueira menos cansada, estressada, preocupada e... BRANCA! Com sorte, voltarei ligeiramente bege, hehe.

Conto tudo quando chegar. Enquanto isso, comportem-se, hein? ;-)
Vou sentir saudades. Beijo.

sexta-feira, março 06, 2009

Trilhas urbanas

Os arredores de Brasília – Chapada dos Veadeiros, Pirenópolis e cia. – são famosos por suas trilhas incríveis. Quer dizer, incrível é modo de falar, já que qualquer coisa que envolva trilha, mato, barraca e mosquito é um ultraprograma de índio. Mas não é preciso sair da capital para fazer uma caminhada com emoção. Basta querer andar em qualquer lugar que não seja, sei lá, o Parque da Cidade, o Olhos d’Água, a Água Mineral ou a Península dos Ministros.

Fora desses lugares altamente recomendados por esta blogueira, você poderá encontrar de tudo. Meu empecilho favorito são as calçadas que levam do nada ao lugar nenhum, tipo essa aí embaixo. Ela começa linda, loira e japonesa, toda feita em concreto lisinho. E aí, quando acaba a quadra residencial e o campão da entrequadra surge, ela simplesmente para de existir. Dá lugar a uma grama maltratada, ora pontilhada por tufos, ora cheia de falhas que deixam ver a terra irregular, dura e argilosa do cerrado. Mil pedregulhinhos completam a paisagem. Imagine andar aí num dia de chuva.


Para mim, poucas coisas (desconsiderando as óbvias, tipo a arquitetura de Niemeyer) são tão a cara da cidade.

Essa calçada da foto aí em cima recomeça uns 500m depois, com uns bloquinhos de concreto que proporcionam uma adrenalina razoável. Experimenta andar de salto aí, bem ao jeito das brasilienses, para você entender o que estou falando.


Brasília não é só uma capital que privilegia os carros – há 1 milhão deles, pelas estatísticas mais recentes - com suas longas distâncias e pistas largas. É uma cidade que trata muito mal os pedestres. Os cadeirantes, então, nem se fala. Ela pune aqueles sem condições de comprar um meio de transporte individual ou que apenas querem uma maneira diferente de chegar a algum lugar. Os ônibus são uma droga. O metrô é bom, mas ainda não atende a todo mundo. O taxi é caro.

Ontem passei por uma quadra comercial onde o tapume de uma loja em obras invadia a calçada inteira e obrigava as pessoas a ir pelo asfalto. Detalhe: em uma quadra onde fila dupla é coisa mais do que normal. Pense na delícia de se aventurar entre os carros. À noite.

Essa é outra cena supercomum: em qualquer lugar de Brasília, a qualquer hora, sempre haverá alguém preferindo o asfalto à calçada ou à grama do canteiro de pedestres, porque ele é liso e contínuo. Pode ter certeza de que são altas as chances da pessoa – local ou turista - estar xingando a capital federal de todos os nomes.

Esta é apenas uma das sandices na cidade que insisto em gostar.

quinta-feira, março 05, 2009

Hey Ya



A turma do Snoopy dança Hey Ya, sucesso do grupo Outkast. Vídeo em homenagem ao níver do melhor irmão do meio já nascido neste mundo.

Ao leitor

Que me perguntou onde achar mostarda em grão em Brasília: respondi à questão no post Momento Ofélia 2.
Quem diria que eu um dia ia dar dicas sobre essas coisas... ;-)

quarta-feira, março 04, 2009

Luxo antropofágico

Em volta das obras de uma filial da Curves, avistei uma série de curvas absolutamente imperdíveis. Um belo dia, alguém foi lá e aproveitou aquele muro todo branquinho de madeirite para fazer uma homenagem à pintora modernista Tarsila do Amaral.



Pensando bem, ninguém melhor que o Abaporu (1928) para fazer as honras de uma casa que diz valorizar as formas arredondadas.


Minha recriação preferida, no entanto, é a de Operários (1933). Clique na pintura da homenagem para vê-la maior e repare nas figuras de olhinhos puxados, nos loiros e nos ETs. Antropofagia pura!


Essa última eu não reconheci (admito) até que uma colega viu a foto e apontou: é A Negra (1923).
Daria uma super-reportagem, um perfil incrível de quem fez tudo isso. Cheguei a pensar que fosse alguém da própria construção o autor das releituras. Mas... na obra, ninguém sabe, ninguém se lembra quem foi! A responsável se recorda de ter autorizado um professor e seus alunos a fazer as pinturas, mas não faz a menor ideia dos nomes das pessoas nem de que escola se tratava. A galera chegou lá, fez os trabalhos e ficou totalmente anônima. É algo ao mesmo tempo interessante e frustrante.
Onde ver: quadra comercial da 105 Sul, em Brasília. Vá rápido, porque a pintura já não está essas coisas... e qualquer dia desses, a academia abre.