A primeira delas é uma lição: nunca, jamais, em tempo algum confie nos mapas de Chicago. Principalmente no oficial, enorme e distribuído em todas as estações de metrô.
A escala é maluca e ignora a existência de um milhão de ruas no meio daquelas traçadas oficialmente no papel. Chicago é tão grande que, no mapa, espacinhos pequenos transformam-se em distâncias descomunais, chatíssimas de andar.
Uma coisa muito legal é pegar um ônibus para desbravar algumas das ruas principais. Lembre-se de nomes como Halsted, Division, Clark, por exemplo. Elas são quilometricas e a paisagem muda demais de acordo com a altura, com a numeração. Para quem vem de Brasilia, ver isso eh coisa de outro planeta. Hehe.
As vezes nao ha nada nelas (nem gente, se bobear) e, quarteiroes depois, aparecem milhares de restaurantes, bares, lojas de todos os tipos. Isso quando nao surgem regioes adotadas por comunidades especificas, como a dos gregos (no cruzamento da Halsted com Randolph, por exemplo), a dos chiques & famosos (Halsted com Armitage), a dos gays (Halsted com Addison) e a dos suecos (Clark com Foster).
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O Millennium Park, que tem uma escultura em forma de grão de feijão assinada pelo Anish Kapoor, é lindo. A obra de arte é fantástica, mas o lugar ainda tem outra coisa ainda mais bacana. É um espelho d'água cercado por dois painéis eletrônicos onde se projetam os rostos de um homem e de uma mulher anônimos (tirei umas fotos, depois subo pra cá).
De tempos em tempos, as bocas "cospem" jatos d'água em direção ao espelho, e é nesse momento que uma galera corre lá para tomar uma ducha. Isso se estiver fazendo calor, né? Porque Chicago pode ser gélida às vezes, até na primavera.
É divertidíssimo ver a galera bem à vontade -- de roupa de banho ou de regata e short -- tomando esse banho informal no meio da rua. Há crianças, adolescentes, adultos, alcatrazes (sim, as aves!), enfim, todo mundo se mistura.
Bizarro foi ouvir de um guia da CAF (a Fundação Arquitetônica de Chicago) que os projetistas do espelho d'água não esperavam esse tipo de utilização do espaço local. O que eles achavam? Que o povo ia ficar só contemplando? Ah, projetistas, poupem-me.
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Por falar em CAF, os tours promovidos pela fundacao sao superespeciais. Fiz dois: um sobre as construcoes em volta do rio e outro sobre os predios antigos e novos do centro. O legal eh que o conteudo de um nao repete o do outro. E, depois de cada passeio, a gente nunca mais olha as cidades do mesmo jeito. Nem Chicago nem qualquer outra.
2 comentários:
Mari,
não seriam albatrozes?
Amei o post. Aliás, a série inteira.
Hum... São sinônimos! Foi mal, aprendi mais uma! ;)
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