A maratonista queniana Margaret Okayo, 34 anos, é um toquinho de gente: tem 1,52m de altura e um percentual de gordura corporal compatível com quem passa a vida correndo. Vencedora das maratonas de Nova York e Boston e da Corrida de São Silvestre (em SP), só para citar algumas, ela chama atenção também pela simpatia. Sorri muito, quase o tempo todo, enquanto conversa.
Talvez isso seja natural dela. Talvez seja pelo fato de adorar o Brasil. Já veio aqui várias vezes e passou por Brasília ontem, para correr a meia maratona da cidade. Achou o clima da cidade parecido com o de Nairóbi, capital do Quênia.
- Os brasileiros são tão legais, tão doces, nos tratam tão bem. Vir aqui é uma oportunidade boa de trocar idéias e absorver técnicas, os atletas da África adoram - contou.
Eu queria ter conversado mais com ela, mas foi difícil. Bem ao lado do camarote onde os atletas esperavam pela premiação (Margaret ficou em segundo, atrás da etíope Zelalem Bekele), um Dinho Ouro Preto wannabe berrava (conseguiu estragar This Love, do Maroon 5, que amo).
Apesar da barulheira, ainda consegui comentar que o Quênia e a África estão nos meus planos de viagem e quis saber como era ser mulher no país. Ela riu.
- Acho que é melhor você ir lá e ver com os próprios olhos - despistou.
No Quênia, estupros, casamentos forçados e mutilação genital são ameaças com que as mulheres aprendem a conviver desde pequenas. E o esporte, claro, representa uma chance de ter uma vida um pouco melhor.
- Vá mesmo - insistiu ela.
Eu vou, Margaret. Apareço lá em Nairóbi qualquer hora dessas.
3 comentários:
Veja se faz uma escala em Luanda.
E quem não gostaria de conhecer se tivesse oportunidade?
Tem muita gente que dispensaria essa chance, RC. Pode acreditar.
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