Há, em todos os bairros, ruas inteiras de casinhas fofas, lindas, restauradas... e todas vazias, a ponto de certas partes da Big Easy se parecerem com cidades-fantasma.
Fiquei intrigada com isso desde a hora em que cheguei, e resolvi assuntar com um taxista o porquê do fenômeno.
Simples: a população da cidade caiu a mais de 50% depois do furacão Katrina, que, há quase cinco anos, deixou mais ou menos 80% de New Orleans debaixo d'água.
Muita gente deixou a região temporariamente. Esse taxista, por exemplo, ficou dois anos em Houston, Texas. Na rua, ouvi gente falando em períodos de três meses, um ano. Mas há também quem nunca mais tenha voltado -- daí a quantidade disponível de casas na região.
Se eu tivesse muita grana, ficaria tentadíssima. Além de lindas, as casas são megaespaçosas. Nada a ver com o que se encontra em Águas Claras, no Sudoeste, etc., etc., etc. :-)
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E na tevê e nos jornais não se fala em outra coisa que não o desastre do derramamento de petróleo no Golfo do México + historinhas podres associadas.
Mas o que eu mais gostei de ver foi uma matéria no jornal The Times-Picayune (que ganhou um Pullitzer em 2005 por sua cobertura guerreira do furacão Katrina) de ontem falando sobre o que pode acontecer com as ostras da região assim que o petróleo alcançar os recifes da costa da Louisiana.
Em linhas gerais, se a substância não contaminar as ostras por tempo indeterminado, vai matar os recifes onde elas crescem. E esse cenário naturalmente deixa pescadores, chefs e donos de restaurante de cabelo em pé, porque pode faltar matéria-prima e o preço com certeza vai subir.
Frutos do mar estão entre os ingredientes de base da (incrível) culinária local -- e, hoje, bares especializados em ostras são tão abundantes quanto as casas disponíveis para aluguel em NO.
Será que eles sobrevivem a mais uma tragédia capaz de ameaçar a economia da cidade?
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