Nesta época do ano, as mangueiras ficam carregadas de frutas.
Elas se penduram nos galhos como se fossem enfeites de uma árvore.
Desde o dia em que reparei nisso, passei a preferir as mangueiras a qualquer árvore de Natal. Especialmente quando os moradores daqui deixam as mangas amadurecerem em paz, até ficarem vermelhas e caírem sozinhas no chão.
Quem nunca veio a Brasília talvez não saiba que o povo daqui adora derrubar as frutas quando elas ainda estão verdes. A ideia é comê-las com sal -- já que o ingrediente seria capaz de neutralizar a acidez da manga verde.
Então, fica aquele bando de gente armada de cabos enormes (de vassoura e de outros tipos) tentando puxar as manguinhas dos galhos. Isso quando não ficam balançando a árvore loucamente.
Ora, seria muito mais fácil esperar até a manga ficar madura para aí sim comê-la. E o cabra ainda economizaria vários reais em sal.
* Suspiro *
Daí, um dia desses, dirigindo perto da Catedral, num lugar cujo endereço não consigo nem chutar (coisas de Brasília, de novo), passei por uma mangueira intacta, com frutas absurdamente vermelhas. Primeiro, a elegi como minha árvore de fim de ano preferida. Depois, morri de inveja de quem fosse rústico o suficiente para ir catar as mangas.
Porque esse negócio de sair de casa com cabo de vassoura e lata (pra guardar as frutas) e procurar um lugar estranho pra estacionar num endereço x é zero a minha cara. Prefiro um mercadinho bem urbanóide.
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