segunda-feira, agosto 30, 2010

Kebab republicado

Povo da minha terra,
Decidi republicar o post do kebab porque: 1) Ele é um dos campeões de audiência do blog (incrível!); 2) Apareceram umas novidades desde que fiz esse texto, no começo do ano.
Aproveitem. Beijos.


Kebab
, pra quem não conhece, é mais ou menos assim: um sanduíche de pão folha (parecido com pão sírio) enrolado de modo a caber várias coisas. Entre elas, carnes variadas cortadas em nacos bem grosseiros, vegetais variados, bolinhos fritos de grão-de-bico (falafel), etc.

A carne, vou dizer logo, vem de um espeto enorme, onde ela fica toda compactada. (Já sei, alguns vão ficar com nojinho depois de ler isso, hehehe.)

Na Europa, kebab é sinônimo de comida de rua, gostosa, barata e nem sempre certificada pelas autoridades sanitárias. Uma daquelas coisas deliciosas que você deve comer com a mão e por sua conta e risco, sabe?

Mas, do lado de cá do Equador (ou pelo menos aqui na capital brasileira), kebab virou lanchinho exótico e chique, numa prova de que nós, brasileiros, somos muito eficientes em avacalhar com a culinária alheia. Já fizemos isso superbem ao criar a pizza de morango com chocolate, o crepe de rúcula com tomate seco e mussarela de búfala, o sushi de cream cheese com goiabada e outras coisas.

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Pues, acho que a moda de kebab está chegando aqui como um dia aterrissou em São Paulo. Já contabilizei três um milhão de casas abertas no último ano.

A Sheikebab, na 103 Sul, onde funcionava o La Bússola, é simples. E, ao mesmo tempo, muito mais arrumada do que qualquer lojinha de kebab na França ou na Espanha. Dá até para comer kebab com garfo e faca, ora vejam! Mas o lugar respeita bastante a tradição das receitas árabes. As opções de carne não são muitas: boi, frango e cordeiro, e não se fala mais nisso. Ah, sim, existe também uma versão com falafel para quem não come carne. Uma saladinha básica completa o sanduíche. Para quem ficou com fome, ainda há uns petiscos (homus, kibe, etc.) bacanas. Pena, mas o lugar fechou. Pena mesmo, porque era o mais tradicional aberto por aqui. Resta saber se é culpa da má-administração ou se há uma caveira de burro (sempre tem quem acredite nisso) plantada embaixo da loja. Já é o segundo empreendimento que dá errado por ali.

O esquema da Hayal Kebab (408 Sul), por sua vez, é completamente diferente e nos leva de volta para o parágrafo da pizza de morango, do sushi com cream cheese, etc. As receitas se afastam muito do convencional, mas pelo menos há uns kebabs com cordeiro para salvar a pátria. Devo ressaltar que tudo é gostoso, tanto o sanduíche quanto as opções de bebida. Outros aspectos legais de lá: 1) Aniversariante não paga pelo kebab; 2) A decoração é linda! Quem quiser fazer um número para o(a) namorado(a) ou impressionar alguém pode escolher se sentar nos colchõezinhos que ficam no mezanino, de frente para a rua.

Muito recentemente, mais dois lugares abriram as portas pegando carona na modinha do sanduíche árabe. Um deles é tão ridículo que não vou nem me lembrar o nome. Fica na 110 Norte, ao lado do prédio da Fratello. A única lembrança de Oriente Médio que o lugar tem está nos narguilés para fumar. De resto, tudo é igual a uma creperia. O lugar ainda tem TVs de plasma que tocam DVDs horríveis (odeio).

O outro é tão legal que merece alguns retornos. Chama-se Keb's e assume logo de cara: não é uma kebaberia, embora se inspire fortemente nas receitas tradicionais. A franquia carioca abriu as portas em Brasília esta semana, na 105 Sul, e traz um monte de sanduíches maravilhosos (de cordeiro, falafel, vegetais e por aí vai), que podem ser acompanhados por umas batatinhas super iloveyou.

Eu queria dar o link para o site, mas ele é péssimo -- assim como o Twitter da rede. As cadeiras do lugar também são um horror porque não têm encosto. Não é por isso que vou desistir do local, mas tenho certeza de que uma galera vai reclamar. Não sei se a idéia é fazer um lugar só para a garotada (que não liga para esses detalhes) ou simplesmente um ponto de alta rotatividade. Mas dá para criar rotatividade sem apelar para esse tipo de economia porca.


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A terceira quarta opção é a do Calçadão da Torre, no posto de gasolina perto da Torre de TV. Se não me engano, o criador do lugar era um chef que já cozinhou para a Embaixada do Egito aqui em BSB e depois abriu uma birosca ótima (com kibe de cordeiro e tudo), que já fechou. Dos três lugares que mencionei aqui, é o de aparência mais rústica e cardápio mais fiel. O Senhor Meu Marido (SMM) foi e gostou, embora ache que o sanduíche venha com cebola demais. Para mim, isso é péssimo, mas não chega a tirar meu ânimo de visitar o local. Uma hora, eu passo lá... Bom, passaram-se sete meses desde que fiz o primeiro post e continuei sem ir. Já não prometo mais nada nessa vida. :o)

sábado, agosto 28, 2010

Chiclé


Voltar dos 29 para os 9 anos (ou menos do que isso) em dois segundos é simples: basta ganhar um dos quitutes que marcaram o seu tempo de criança.

Esta semana (quarta-feira, acho), fui trocar uma idéia com a turma dos revisores e uma das meninas veio com a surpresa:

LU - Mari, achei um pacotão com 25 desses chicletes por R$ 2,80.
MARI (já desesperada) - ONDE, LU?????????????
LU - No Gama...
MARI (com as mãos tremendo de vontade de abrir o pacotinho) - Traz mais desses, mulher...

Esse chiclete com embalagem de carinha feliz era um sucesso na minha distante época de baby.

O momento de sacodir o pacote para que todos os minichicletes preenchessem a boca sorridente, então... um momento universal de quase êxtase.

Prova disso é que TODAS as pessoas que ganharam chicletes da Lu repetiram o gesto. Pensem em 25 pessoas de origens completamente diferentes fazendo isso.

Ainda me lembrei de uma coisa horrível: o exato dia em que mamis comprou um desses para mim e eu, superestabanada na hora de abrir, fiz todos voarem e caírem no chão. Hoje, acharia tudo muito cênico, muito gráfico (imaginem uma chuva de minichicletes coloridos), mas à época fiquei arrasada, claro.

Agradeci a Lu e corri para a minha mesa, só em tempo de tirar essa foto horrível aí em cima e acabar com todos os chicletinhos. Que, felizmente, ainda tinham o gosto da minha infância.

terça-feira, agosto 24, 2010

Santos, etc.




Essas fotos foram feitas no domingo, mesmo dia em que cliquei a lua e a Torre de TV do post abaixo. Muito fofa essa capelinha fake erguida em pau-a-pique (?!) no meio do Plano Piloto...

sexta-feira, agosto 20, 2010

Pingüim na Paulista

Ouvi dia desses:

"O português estava caminhando na Avenida Paulista quando, do nada, avistou um pingüim. Ele corre até o policial mais próximo e pergunta:
- Senhor policial! O que fazer com esse pingüim?

O policial pensa, pensa, pensa e propõe:
- Por que o senhor não o leva ao zoológico?
- Ótima idéia! - responde o português.

Horas depois, o policial reencontra o homem e o bicho flanando pela Paulista.
- O que vocês estão fazendo? Eu não falei para o senhor levá-lo ao zoológico? - intriga-se.

Ao que o português responde:
- Já fiz isso, ora pois! Agora vou levá-lo ao Masp."

quarta-feira, agosto 18, 2010

Escritório

Brasília é o pó vermelho que gruda na sola do sapato, na barra da calça e até nos cabelos, se você der a sorte de ver esse barro todo fazer um redemoinho.

Eu só ando a pé porque a cidade tem carros demais e estacionamentos de menos, de modo que só há vagas livres a quilômetros de onde preciso estar.

Meu carro está sob a guarda de um flanelinha confortavelmente instalado numa cadeira de escritório no meio da rua.

Eu vou, volto e, na saída, ele espera que eu passe em seu guichê imaginário para deixar as minhas moedas. Como eu não passo lá e ele também não se levanta da cadeira giratória, ele fica sem dinheiro mesmo.

Que coisa, né? Será que agora os flanelinhas da cidade também vão virar burocratas?

terça-feira, agosto 17, 2010

Ali, boma ye!



A frase que abre este post não é, assim, um libelo ao amor e ao carinho: quer dizer "Ali, mate-o!".

Ela é pronunciada um milhão de vezes por Cassius Clay Mohammed Ali e por seus súditos africanos durante o excelente documentário Quando Éramos Reis (1996), de Leon Gast. O filme mostra todo o furdunço causado pela luta entre Ali e George Foreman em outubro de 1974, em Kinshasa (antigo Zaire, atual República Democrática do Congo).

Se eu contar a história inteira, vai render um texto grande a ponto de afugentar todo mundo. Melhor dizer do quanto dei risada com Ali. Ele é tão marrento, mas TÃO marrento, que se torna extremamente engraçado.

O vídeo acima é longuíssimo, eu sei, mas pelo menos é bem melhor do que o trailer (chatésimo). Vale a pena tirar uns minutinhos para vê-lo e depois querer devorar o filme todo.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Mão preta

Diálogo ouvido ontem, em Brasília:

- Faz tempo que eu não leio um livro, mas adoro ler jornais, revistas, artigos...

- Odeio ler jornal. Odeio todos os jornais.

- Por que, criatura?

- Porque eu leio e fico com a mão preta, toda suja.

- Mas é só lavar depois...

- Ah, fico com preguiça.

- Mas você, quando pega NAQUELE negócio, não passa a mão lá e lava depois?

- Laaaaaaaaaaaaaaavo...

- Então...

sábado, agosto 14, 2010

Solene

Até semanas atrás, meu repertório de hebraico se limitava a uma palavra e meia. A primeira é utilizada para perguntar "E aí?" -- cuja pronúncia, numa quase coincidência, é algo como arrí.

A segunda, traduzida para o português, quer dizer xorume (aquele líquido nojento que sai do lixo). Parece que é muito usada pelos meninos no dia a dia, como um vocativo mesmo. Mais ou menos do mesmo jeito que alguns amigos chamam uns aos outros de "sua bicha", ou como alguns jornalistas veteranos denominam o outro de "velho atrasador de jornal". Coisa de brother, sabe? O pior é que me lembro do sentido, mas não da palavra original.

Menos mal que agora aprendi mais uma: psagot. Significa cúpula e batiza um vinho israelense que encontrei no e-x-c-e-l-e-n-t-e Aeroporto de Miami antes de voltar das férias.

Psagot também denomina a cidadezinha onde é produzido esse vinho kosher. Fica perto de Ramallah (Cisjordânia), a uns 900m acima do nível do mar.

Pois em 1998, nesse lugar meio extremamente tenso, uma família judia começou a produzir castas capazes de dar origem a bons vinhos, como a cabernet sauvignon.

O que comprei e tomei, fabricado em 2007, é mais ou menos como os outros feitos dessa uva: chega ao paladar dando um pé na porta (ou um golpe de krav magá, como queiram). Mas isso não quer dizer que ele seja ruim ou que eu desgoste dele.

Só estou dizendo que ele é forte e encorpado. E não serve para, sei lá, beber sem compromisso e com as amigas enquanto se assiste a uma temporada completa de Sex and the City. Para isso, existem champagne, cosmopolitan e ice tea (para as que não bebem). Incluam o Psagot fora dessa (rsrs).

Em geral, tenho preguiça desses adjetivos meio viajantes usados para descrever vinhos ("corajoso", por exemplo), mas vou apelar para um deles -- solene -- porque sinceramente acredito que ele seja assim.

Talvez essa característica seja culpa do cheiro e do gosto marcantes de carvalho. Até por isso, é preciso deixar a bebida respirando por algum tempo antes de começar a degustação.

Com essa ressalva feita, devo dizer que adorei o Psagot. Além de ter um gosto interessante, nada parecido com qualquer vinho que já tenha provado até hoje, não ofende o bolso. A garrafa saiu por uns US$ 20, se não me engano.

Ele não é vendido no Brasil, só nos EUA e em alguns outros (poucos) países. Se você estiver de passagem pelo Aeroporto de Miami e tiver coragem de caminhar feito uma mula no deserto, vale a pena ir até o free shop mais próximo e tentar encontrar o seu. Beijos.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Felinos et. al


Gente, é o seguinte:
. Nos últimos dias, meus textos sobre assuntos publicáveis estão uma droga (acabei de começar um e largar no meio).
. Meus textos bons são todos sobre coisas que não dá para falar aqui.
De modo que hoje vou de Niquel Náusea mesmo.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Rastro no céu


Não tem um dia em que eu passe por esse janelão no trabalho sem ver algo muito doido no céu.

segunda-feira, agosto 02, 2010

Carregamentos móveis

Fazia tempo que eu não fotografava nenhum grafite. Esse foi feito atrás de um quiosque de chaveiro na 409 Norte. A assinatura é do Onio, mas nem precisava.

Nem a câmera do celular conseguiu estragar a imagem do pôr do sol mais lindo do mundo. Incrível como o céu ficou vermelho nesse dia (uma sexta). A porta de vidro eu enquadrei de propósito, não é acidente da foto não. :-)

Coloquei a foto na vertical lá no Picasa, mas a imagem não quer me obedecer de jeito nenhum. Paciência. Esse é o Tobi, que há uma era não dava as caras no blog. Nesse dia eu ri à beça com essa camiseta de caveirinha...