terça-feira, fevereiro 28, 2006
As três moças
Elas sentam bem bonitinhas num banco de concreto. Uma pergunta à outra:
- E você, já beijou?
- Eu não.
- Nem selinho?
- Nem selinho.
- Então você é BV.
Confesso que me senti uma velha.
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Che!
É isso mesmo que você está vendo: uma imagem de Che Guevara junto a um anúncio de disk parabrisas. Não é montagem, não é um stencil grafite aplicado sobre o texto. O dono do serviço, ou o brilhante publicitário que trabalha para ele, teve a idéia de juntar um e outro e sair fazendo outdoors por Brasília (naquela pista da rodoferroviária / Cruzeiro tem um) e vasos de planta espalhados pelo Parque da Cidade. Foi lá, aliás, que tirei essa foto.
Essa propaganda vale ou não vale por uma aula gratuita de pós-modernismo? Pelo menos vale para me fazer lembrar das aulas de estética e cultura de massa lá da faculdade. Será que eu consigo me recordar de tudo só para escrever esse post?
Senão vejamos: essa imagem de Che é algo clássico. Foi tirada, se não me falha a memória (li um texto em que o fotógrafo Alberto Korda explicava como essa foto foi feita), durante um discurso em Cuba, agora não vou me lembrar quando. O revolucionário rapaz estava assim, olhando para o nada, o lambe-lambe foi lá e fez. O olhar distante do jovem socialista ficou, assim, eternizado em um clique, representando todos os sonhos e supostas antevisões de uma geração. O ano era 1960 e a foto não foi publicada até a morte de Che, tempos depois.
Mas, desde então, os ideais socialistas e todos os outros morreram. É o fim da reverência a quase todos os símbolos (humanos ou não, sagrados ou não). Nesse meio tempo, também aconteceu de os meios de reprodução em massa se aprimoraram incrivelmente. A carinha de Che serviu, então, para vender cerveja, vodka, relógios e roupas para uma geração pouco dotada de qualquer tipo de ideologia. Pós-modernismo tem dessas coisas. O indivíduo deixa de ser objeto de adoração e passa a ser um carimbo, ou algo assim.
E agora Che serve também para vender pára-brisas.
Pode ser que simplesmente o dono seja um fã de Che Guevara e creia que la revolución não foi em vão. Mas eu gosto de pensar que uma simples propaganda possa ter tantos significados por trás.
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
Preciso de um desses...
da Ansa, em Londres
Cientistas britânicos estão desenvolvendo um remédio sem cafeína para reduzir a necessidade de sono para duas horas diárias -- segundo eles, os testes já realizados deram bons resultados.
Até hoje, os únicos produtos disponíveis no mercado são à base de cafeína. De acordo com a revista "New Scientist", o objetivo dos pesquisadores é limitar a necessidade de sono a duas horas por dia, sem que isso afete o rendimento das pessoas.
Os responsáveis pelo projeto esperam obter mais informações sobre o funcionamento do "relógio biológico humano" nos próximos anos, o que aumentará suas chances de desenvolver remédios para superar completamente a necessidade de sono, até mesmo por vários dias.
Bono, o sertanejo
– Olha esse chapeuzinho. Olha esse cabelo com mullets. Olha esses óculos. Esse Bono é horroroso.
– Mas ele tem atitude fashion, mãe. Ele pode ser horrível, mas convence a milhões de pessoas de que ele é lindo e maravilhoso.
– A mim ele não convence. Parece um sertanejo com esse chapéu.
Mami, dona de uma franqueza infinita, prefere o Steven Tyler, vocalista do Aerosmith.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Albergue Lua Cheia
Digam aí se não é tchutchuquinho esse albergue... eu colocaria um pouco mais de redes nesse pátio, mas de resto, tudo lindo :-)
Vida de Elmo
Essa coisinha fofinha e peluda de meu deuzi é o Elmo, com quem esbarrei lá no Albergue Lua Cheia, em Natal. Recomendo para todo mundo: o lugar é bem localizado, lindo, imitando um castelo medieval, há quartos individuais e coletivos, o atendimento é bacana e os preços são OK. E de brinde, ainda tem a companhia desse labrador fantástico, vendiiiiiido que só :-) Toda vez que ele percebia que alguém vinha para fazer carinho, ele já se colocava numa posição que facilitasse as coisas. Safado!
É um labrador que vive vida de vira-lata, porque ele passava o dia inteiro circulando por aí (leia-se Ponta Negra). Um belo dia, cheguei de um passeio e perguntei pelo Elmo às sisters da recepção. A resposta foi: "ixi, foi visto essa tarde passeando pela praia, carregando um coco na boca". Sensacional.
Matrix
terça-feira, fevereiro 14, 2006
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
domingo, fevereiro 12, 2006
Trapo humano
Duas coisas me chamaram a atenção no desfile da Zapping na São Paulo Fashion Week: a primeira delas foi o cenário, que dá para ver razoavelmente na foto acima. Para quem não conhece, encheram uma parede com aqueles cartazes de shows que existem aos montes por São Paulo (adoro, acho a cara da cidade). Amo essa cara de pop arte (vejam as bananas ali atrás, tipo Andy Warhol naquele disco do Velvet Underground), as fontes que normalmente são usadas para o texto e a mistura de cores. É algo que antecipa a coleção que virá vestindo os modelos – a Zapping é uma grife essencialmente urbana, jovem e pop. Suas peças de outono e inverno, portanto, seguem essa linha.
O que também me cativou foi a música com a qual os rapazes e moças ressurgiram na passarela quando o desfile acabou. Chama-se This charming man e é uma das melhores do The Smiths. Em um de seus versos, a música diz "I could go out tonight, but I haven't got a stitch to wear". Algo mais ou menos assim: eu queria sair hoje à noite, mas não tenho nenhum mísero trapinho para vestir (pobre Morrisey, ohhh). Como não curti a coleção e não tenho rabo preso com ninguém, posso dizer à vontade que Thaís Losso (estilista da Zapping) levou a frase às últimas conseqüências.
Os looks usam muitas sobreposições – claro, é inverno. Blusinha com camisa com casaco; camisa com suéter com colete; saia com calça e por aí vai. Mas como é que se sobrepõe tudo quando as peças são mirradas do jeito que são, e quando as pessoas que vão vesti-las têm tamanho e forma de gente normal? Para piorar, as calças jeans estão cada vez mais baixas, o que definitivamente só fica bem em meninas... bem, não é caso de ninguém se preocupar, né? Afinal, uma ínfima parte das mulheres brasileiras tem coxas grossas, bumbum grande e quadris redondos. Justésimas, as calças vieram com uma espécie de fru-fru em cores fluorescentes marcando as barras.
Para ninguém dizer que eu sou uma comentarista ranzinza, vou ressaltar que amei os sapatos. Ah!!! Mas eles não são da Zapping. São da Schutz, que se não me engano são gaúchos.
Pois é, caros amigos: se alguém aí reclama que quer sair à noite, mas não tem um trapo sequer para vestir, melhor nem procurar uma das lojas da marca. Vai continuar sem roupa mesmo...
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
Ode e retorno
Resolvi escrever esse texto em homenagem ao meu ex-chefe para ver se ele pára de me mandar e-mails dizendo que não agüenta mais entrar neste blog e só ler posts velhos. Taí, cara. Tô de volta à casa.
Taí, meu povo. Cheguei. :-)