sexta-feira, abril 28, 2006

Cartão-postal - o fim da saga

No último domingo, finalmente resolvi o mistério do cartão-postal que foi a Valparaíso, deu a volta ao mundo e passou por Punta Arenas antes de vir para Brasília. Foi assim que tudo aconteceu:

"Antes de voltar para o Brasil, em abril de 2003, comprei vários cartões-postais para mandar para a galera. Comprei de Santiago, de Valparaíso, Viña del Mar, etc., etc. A idéia era preenchê-los com calma e enviá-los no intervalo entre o check-in e o embarque de Santiago para São Paulo.

Desnecessário dizer que, no dia do embarque, acordei atrasado e saí correndo pro aeroporto, quase perdi o vôo. E os cartões ficaram por enviar. Foram guardados nas minhas coisas durante esse tempo todo.

Até que, no final do ano passado, encontrei uma amiga que estava indo para Punta Arenas, no Chile, e me perguntou se queria alguma coisa. Então, pedi a ela que enviasse todos os cartões-postais que estavam comigo."

Foi assim que tudo aconteceu.

Oráculo do MCDQEPD

Sorte do dia:

Simplicidade também é um sinal de inteligência.
Às vezes, quanto mais elaboração mental e firulas aplicamos nas ações cotidianas, mais o resultado dessa ação corre o risco de virar uma nhaca.
Prenda-se ao essencial.

terça-feira, abril 25, 2006

Agora falando sério

Alguém consegue acreditar que a Sandy (independentemente de ser perfeita ou não) vai ao banheiro? Eu não consigo, gente!!! Não consigo mesmo. Para mim, a Sandy já acorda escovada, sem remela no olho e com hálito de hortelã. Não faz xixi nem cocô (se o fizer, este terá formato de coração), e seu pum (se houver) tem cheirinho de lavanda.

Felipe acha que mulher gata não vai ao banheiro. Vocês concordam?

E a música do dia é...

"Admito, eu vivo maquiada
minha vida é mesmo tão sofisticada
Saiba, esse glamour não dura o tempo inteiro
Eu também preciso ir ao banheiro"

De Sandy, aquela que vai ao banheiro, na música Discutível perfeição, do novo álbum de S&J.
E tenho dito.

domingo, abril 23, 2006

Incursão

Quem mora em Brasília sabe: as quadras são numéricas e os endereços são diferentes das cidades tradicionais. Mas dependendo da atividade principal desenvolvida em uma quadra, o local fica conhecido como "rua das elétricas", "rua das noivas", etc. A 409 sul tornou-se uma versão moderna da "rua dos restaurantes" (originalmente, era a 405 sul). Ali estão alguns dos restaurantes e bares mais freqüentados da cidade.

Tem pizzaria (a popular Primo Piato, a moderninha Baco), comida italiana (o chiquérrimo Unanimità), petiscos gostosinhos (a fashion Azulejaria), pub (a agitada O'Rilley), japonês (o sushi maluco do Haná), francês (o tradicional La Chaumière) e creperia (o gostoso C'est si bon). Não à toa, a quadra está sempre cheia, de modo que é quase impossível estacionar ali.

No meio de tantos locais badalados, existe um que não é gostoso, nem moderninho, nem inventivo, nem agitado. Não é sequer popular. É um bar de uns 25 metros quadrados (no máximo), com um puxadinho atrás da loja para a colocação de cadeiras extras, o que é a cara de Brasília. Justamente pela sua absoluta falta de características – inclusive de um nome –, esse lugar estava me intrigando há um bom tempo. Há tempos que eu queria entrar e ver como era o ambiente, saber como é ser a negação de tantos programas bacaninhas que há para fazer em uma única quadra.

Pela agitação que o lugar sempre se encontra – e assim estava hoje, quando finalmente tive coragem de adentrar o recinto – cheguei à conclusão de que o dono não precisa de um puxadinho para fazer caber mais gente. A entrada é feita por um corredor mais estreito do que o resto do ambiente, com piso velho de cerâmica marrom. À esquerda, vários anúncios de bebidas que não fogem do convencional. Tem cartazes com logotipos da Bavária, da Bohemia, da Skol. Noto que o dono tem preferência pela Antartica e sua musa, Juliana Paes, o que é completamente compreensível. Há Julianas Paes às pencas, sempre na mesma pose, quase um carimbo pop (como aquele que Andy Warhol fez da Marilyn Monroe).

Juliana olha pra mim. E eu olho para o outro lado do corredor, onde há apenas um quadrinho com uma paisagem, desses que a gente compra em loja de R$ 1,99 da rodoviária.

Há um balcão, mas não há ninguém ali – a única voz que faz companhia ao dono do bar é a da Glória Maria, narrando o Fantástico. Na parede do balcão, uma daquelas placas entalhadas de madeira com a inscrição "Canto do Trago". Detalhe: tal qual um bêbado que passa a ver tudo errado, assim estão as letras, sinuosas, escritas ao contrário. Dãããã... sou eu que estou vendo tudo torto ou é a placa que é assim mesmo? Engraçadinhos.

Noto que o dono do local começou a me olhar. E antes mesmo que eu tome fôlego para perguntar se "Canto do Trago" é mesmo o nome do lugar, ou se o aluguel dali é caro, ou se ele não tem proposta de passar o ponto adiante, viro as costas e me vou. Não quero a experiência de um diálogo com um desconhecido capaz de nomear um lugar assim toscamente. Meu irmão e uma amiga, que ficaram com medo de entrar na caverna, me esperam lá fora.

sábado, abril 22, 2006

Fuxico

Agora o Orkut permite ver quem andou passeando pelo seu perfil recentemente. Dá para ver quem andou olhando a sua página e quem você andou xeretando.
Em síntese, é a institucionalização da futricagem, né não? :-D
Por enquanto vou deixar essa opção "on" no meu perfil porque sou curiosa e porque agora não tenho mais tempo nem saco de ficar tentando saber mais da vida alheia. Quem sabe depois eu mudo de idéia...

Cartão-postal, a saga continua

Seguindo a dica da Ashka, fui dar uma olhada no selo e no carimbo do cartão-postal que papi me mandou de Valparaíso (Chile) em 23 de abril de 2003 e só chegou na terça-feira desta semana.

O endereço e CEP, nobre blogueira, estava certo. Já o carimbo quase me fez cair pra trás.

Estava escrito assim: Correo de Chile, 23 de abril de 2005, Punta Arenas.

Como eu não sabia onde fica essa localidade, fui pesquisar no excelente Guia criativo para o viajante independente na América do Sul, de Zizo Asnis, também apelidado de Guia da criança remelenta (por causa da menininha que estampa a capa do livro). Eis o que o autor disse sobre o local:

"Punta Arenas, com 113 mil habitantes, fica no extremo sul do Chile, na beira do Estreito de Magalhães, um canal na pontinha mais astral da América do Sul, que por muito tempo serviu de conexão entre os oceanos Atlântico e Pacífico. É a capital da XII região chilena, a região de Magallanes. Em seus arredores existe uma rica fauna típica da Patagônia, destacando as curiosas colônias de pingüins".

Não há notícia de que meu pai já tenha estado na Patagônia chilena.

sexta-feira, abril 21, 2006

46

É legal andar pelas ruas de Brasília, ver aqueles prédios todos e pensar que eles representam o futuro visto a partir do passado. Andar em Brasília é quase como estar num filme dos Jetsons, que também mostra uma visão do futuro feita por gente que já se foi. A diferença entre nós e os Jetsons é que nós não temos carrinhos voadores, nem empregadas robôs.

Oscar Niemeyer, Lucio Costa e companhia deviam achar as nossas construções superfuturistas quando as projetaram. De fato, a são. Mas, dialeticamente (claro, eles todos eram marxistas), elas também carregam um adorável ar retrô se a gente for parar para vê-las. Andar nessa cidade deve ser como andar por qualquer uma dessas cidades do leste europeu nos tempos do comunismo – nunca estive em nenhuma delas, mas imagino que elas sejam assim. Tudo meio cinza, quadradinho e igual. Pelo menos aqui o nosso frio não é de matar e a gente tem os ipês amarelos e as árvores do cerrado para dar uma colorida no ambiente.

Por trás das linhas retas, dos desenhos ao mesmo tempo leves e sólidos, algo apodrece. Não estou nem falando do que acontece de ruim nos prédios públicos, não é de corrupção que se trata. Prédios de 30, 35, 40, quarenta e poucos anos são, pelo que li recentemente, o equivalente arquitetônico dos bebês. E no entanto eles, nos 46 anos de Brasília, se desmancham por pura falta de cuidado de quem deveria mantê-los. É um descuido que vejo, de forma geral, na cidade que meus pais escolheram para viver e criar seus filhos.

Nos últimos dois anos, a gente viu várias coisas acontecerem por aqui: o prédio do TJ, onde a galera do jornal almoçava direto, foi interditado por tempo ilimitado. Os vidros da catedral estão a ponto de despencar. O prédio do INSS pegou fogo não faz nem seis meses. O palácio da Alvorada passou por uma reforma longuíssima porque até dia desses ele estava um horror.

Uma pessoa de 46 anos, hoje, não é sinônimo de pessoa caída.
Uma cidade de 46 precisa ser assim?

(OBS.: estava há um tempão para escrever esse texto, mas ele tomou um rumo totalmente diferente do que eu tinha imaginado. Depois faço outros abordando tópicos que não apareceram aqui. Ah, sim, eu gosto muito de viver nessa cidade).

Estatísticas

A foto de Bin Laden na praia da Redinha, em Natal (RN), atingiu a louca marca de 700 acessos no Flickr depois da divulgação no No Mínimo. Tô de cara...

quarta-feira, abril 19, 2006

Postal

Ontem, recebi um cartão postal com a letra do meu pai, que há anos tira férias no mês de abril (em 2006, ele já foi e já voltou). O cartão dizia mais ou menos assim:

"Mari, muitas saudades
Você iria gostar de Valpa. A cidade é a sua cara.
Beijos, pai"

Olhei a parte da frente do cartão: Valparaiso, Chile, que pela foto realmente deve ser uma gracinha.
Uai, não foi pra lá que ele viajou agora, pensei. Até que olhei para a data de postagem do selo: 23 de abril de 2003.

Isso me fez pensar no que pode ter acontecido com o postal para chegar quase três anos depois – a data do selo, por sinal, é a do meu niver (tá chegando!).

Obviamente os correios perderam a carta. Tenho certeza de que ele ficou esse tempo todo escondido atrás de uma mesa (já perdi várias coisas assim), até ser resgatado por uma faxineira que estava fazendo uma grande limpa no local. O que me intriga é pensar como.

Vai que, na hora de separar as correspondências nacionais das internacionais, havia tanta coisa em cima da mesa do funcionário que o meu postal foi simplesmente parar onde parou.

Vai que a funcionária separadora de cartas também se chamava Mariana e tinha vontade de, uma vez na vida, receber um cartão postal do próprio pai. Assim, guardou o cartão como uma lembrança saudosa, até que se deu conta de que aquilo não lhe pertencia realmente.

Vai que, na hora de separar o material, a funcionária recebeu a visita de seu amante e eles fizeram sexo tórrido na mesa, por cima de uma pilha de cartas, fazendo várias delas voar pelo chão (inclusive a minha, que foi para trás do móvel).

Alguém tem mais alguma idéia de como o meu postal ficou no limbo dos correios chilenos esse tempo todo? Mande um comentário...

Caravana rolidei

O post sobre o Osama Bin Laden encontrado na Praia da Redinha foi citado por um dos meus escritores preferidos do mundo virtual: Pedro Doria, do No Mínimo!
Não conheço o Pedro pessoalmente, mas o leio pra caramba, de modo que estou assim, algo imodesta desde que soube da menção (hahahahaha, sou muito jeca mesmo).
Clique aqui para ler o comentário :-)

segunda-feira, abril 17, 2006

Scary movie

Só passei para dizer que, enquanto andava na esteira da academia, fiquei assistindo a O Chamado – tava passando na Globo e peguei a história a tempo de assistir às imagens do tal vídeo que mata todos os personagens uma semana depois.

Uma coisa me deixou curiosa: certas imagens, fora de contexto, são apenas imagens. Uma escada encostada na parede, uma mulher antiga se penteando no espelho ou um farol são somente o que são – até que uma história qualquer empreste outro significado a eles.

Me deu medo, muito medo. Antes disso, só Bruxa de Blair (o 1, claro) tinha assustado tanto assim. Em compensação, O Iluminado, meu scary movie preferido, me pega por outros elementos – não pelos corredores banhados de sangue, mas pelas interpretações perfeitas e pela história, dessas bem amarradas do começo ao fim.

O tal vídeo me deu um senhor susto. Pelo menos os minutos na esteira passaram mais rápido.

sexta-feira, abril 14, 2006

Reabrindo a casa



create your own visited countries map

Sensacional esse mapa mundi que mostra os países onde a gente já esteve (clique acima para fazer o seu). Me deu ânimo de entrar aqui de novo, depois de mais de um mês sem nem dar sinal de vida.

Andei até pensando em implodir esse blog, já que a maior parte da minha energia criativa está voltada para o novo trabalho – que é um superxuxuzinho, mas me deixa sem muita vontade de escrever coisas depois que termino. Continuo observando a vida, buscando diálogos e histórias malucas no meio da rua, mas tá dando uma preguiiiiiiiiiiiiiiiça de botar tudo no papel (ops, no blog).

Amanhã eu mando mais um texto. Possivelmente, uma matéria. Beijos a todos.