sexta-feira, dezembro 30, 2011

De gôndolas e tchauzinhos

Talvez não dê para ver bem na foto, mas tentei fotografar o momento em que um gondoleiro dá um megakick na parede para ganhar impulso e continuar navegando pelos canais de Veneza. Difícil dizer quantas vezes por dia eles fazem isso, mas imagino que sejam muitas, porque há embarcações à beça na cidade e o espaço é sempre estreito.

Desta vez, não rolou de eu pagar os 100 mangos necessários (no mínimo) para passear do jeito mais tradicional. Pão-durice pura, minha gente. Preferi usar os quase sempre lotados vaporetti e os meus pezinhos para escarafunchar a cidade. Mas vai que da próxima vez eu volto mais corajosa -- e rykah, claro -- e decido embarcar, né?


Por ora, me contentei com tirar milhões de fotos de gôndolas e seus condutores. Todos, aliás, uns supermalandros, uma bandidagem só. ;-) Não podem ver uma moça sozinha (ou dois passos adiante do marido/namorado) que começam a dar uns tchauzinhos, a mandar beijos pelo ar, a fazer elogios, etc., etc. Afinal, estamos na Itália, certo?

Por essas e outras, deixo uma dica valiosa aqui: foto dos caras, só se eles estiverem de costas, viu? A não ser que você esteja sozinha e queira receber acenos e outros que-tais.


Gente, talvez eu esteja sendo só mal-humorada, mas essa sinalização não merecia entrar para aquele rol de placas estúpidas? Tipo: estamos em Veneza, só gôndolas e outros barcos circulam por essa cidade, e tal. Ou tem alguma regra de ordenamento urbano -- para proibir ou permitir a passagem de gôndolas em certas partes, por exemplo -- que não entendi?

(Dia 1º de janeiro tem mais, gente. Beijos.)

quarta-feira, dezembro 28, 2011

A vida além do parque temático


Ver esse toco de gente -- vestido de minijogador de futebol -- ir para a escola, pertinho dos jardins onde rola a Bienal, acompanhado do avô (o de calça vermelha e colete) foi um dos momentos em que melhor pude comprovar: existe vida cotidiana em Veneza! Uhuhuhu. ;-)

Falo assim porque quem fica apenas nas áreas mais turísticas pode ter a impressão de que a cidade se resume a um mundo de gente espremida em paisagens de cartão-postal.

E de que Veneza, depois de séculos de existência, virou uma espécie de parque temático histórico do mundo: lindo, perfeito, mas com suvenires ruins (tipo camiseta do Che Guevara ou avental com o David de Michelângelo), restaurantes pega-turista e imigrantes vendedores de bolsas Prada falsificadas.

Mas basta se afastar um pouco dessa muvuca para descobrir ruas absolutamente silenciosas (afinal, não há carros) e preços bem mais baixos do que os cobrados na parte mais central de Veneza. Nas feirinhas de bairro, encontram-se coisas inacreditáveis: até banana por 1 euro o quilo (vinda da África) eu vi. E olha que essa cidade é a mais cara e de logística mais complicada da Itália.

Também por um 1 euro, ou pouca coisa a mais do que isso, você pode comprar um sorvete de pistache numa das sorveterias nos arredores desses jardins e do Parco delle Rimembranze, bem na ponta do bairro de Castello. Só cuide para que o dito cujo não seja da Antica Gelateria del Corso, uma marca presente em todo o país, mas que faz um gelato bem bobinho.


Não tenho muita paciência para ver missas e não falo italiano, de modo que a minha vontade de acompanhar essa da foto foi zero. Mas adorei ver as velhinhas locais e o padre reunidos no meio da rua, numa praça bem distante das mais famosas da cidade. Se não me engano, fica perto do Museu Peggy Guggenheim.


As fontes estão por toda a cidade e normalmente são usadas para encher garrafinhas d'água ou lavar o rosto. Mas essa aí da foto é dos cães venezianos, e ninguém tasca!

Na sexta-feira eu continuo. :-*

segunda-feira, dezembro 26, 2011

A minha Veneza


Veneza é uma cidade que -- como várias outras na Europa -- dá enormes mostras de todas as loucuras que o ser humano já fez para se proteger.

Em algum momento entre os séculos 5 e 6 d.C., quando se viram acuados pelos bárbaros, os então habitantes da região fizeram o quê? Refugiaram-se nas ilhotas (118, no total) de uma lagoa que desemboca no Mar Adriático, espremeram-se em todos os espaços possíveis e lá construíram um megaimpério marítimo.

(Uma enciclopédia conta bem melhor do que eu as coisas que vieram depois.)


Hoje, cada vez menos gente se anima a morar por lá: apenas 59 mil pessoas, contra os 175 mil registrados em 1951, segundo uma matéria que achei na web. Me passaram a impressão de ser gente de dinheiro antigo; muitos parecem estar só terminando de tocar os negócios da família ou esperando o imóvel valorizar satisfatoriamente para pegar as trouxas e ir embora.

É também uma turma difícil de interagir quando se está fora dos locais de maior fluxo turístico. Faz cara feia quando vê algum turista incauto (= Mari e cia.) chegar aos bares, restaurantes e sorveterias que, informalmente, são de uso "exclusivo" da população local.

Mais ou menos como se os turistas fossem os bárbaros modernos, de quem o atual povo do Vêneto se protege como pode.


Viajei para lá este ano e fotografei umas cenas do dia a dia (as turísticas vocês encontram nas boas publicações do ramo). Queria fazer uns posts para fechar o blog com dignidade (dramática! rsrsrs) e acho que vão ficar bacanas. Espero que gostem. Na próxima quarta tem mais.

terça-feira, abril 12, 2011

Duas torres

Vi essa torre em São Paulo não faz muito tempo. Não sei por que tem essas cores nem sei se ela fica assim sempre, mas achei-a divertida de qualquer forma.


Perto dela, há outra torre, mas num dourado mais caretinha. Dá para notar a doideira que é tentar tirar foto à noite sem um tripé básico...

domingo, abril 10, 2011

TIX3


Faz uns dois meses que tirei essa foto (num pub). Gosto do jeito como as letras flutuam.

quinta-feira, abril 07, 2011

Na 23 de Maio

Já há algum tempo eu queria fotografar os murais da Avenida 23 de Maio, em São Paulo. Eles são a minha imagem de despedida da cidade quando vou embora pelo Aeroporto de Congonhas, pertinho dali.


Os personagens, que homenageiam os paulistanos do fim do século 19, foram feitos pelo Studio Kobra. E poder fotografá-los é apenas uma entre as 12.938.794 vantagens de não precisar dirigir na capital paulistana. Dá para ver aqui outras imagens do trabalho dos artistas.


Queridos, não é por nada, mas vocês são meio grandes demais para passar embaixo desse viaduto. Vai ter de rolar uma agachadinha.

terça-feira, abril 05, 2011

Pipoca

Notei que a mais ou menos essa hora -- um pouco mais cedo, talvez -- um cheiro de pipoca de microondas invade o meu banheiro, atravessa parte do corredor e chega até o escritório, onde neste momento escrevo um post.

Já faz uns dias que isso acontece. O cheiro é delicioso, mas não dá para não achar estranho o fato de que ele percorre caminhos estranhos até chegar aqui.

Se não passa pelo ralo, deve atravessar as paredes de papel ou a janelinha úmida que me separa do apartamento vizinho. A mesma janela através da qual ouço todos os barulhos do lado de lá.

O aroma me faz pensar em quem, raios, come pipoca a essa hora da noite.

E que, por outro lado, ninguém mais pode comer pipoca sem que o mundo saiba.

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P.S.: programei um monte de posts para largar de ser sem-vergonha e manter o blog na ativa. Dia sim, dia não vai ter uma novidade. Voltem sempre. Beijos.

domingo, março 27, 2011

Cadaunadas

No meio da muvuca da Avenida Paulista, uma mulher nos seus 30 e poucos anos tirou a alça da bolsa das costas, revelando no ombro direito uma tatuagem com o desenho do coração sagrado.

Custei a acreditar no texto da faixinha branca (que normalmente existe nesse tipo de tattoo). Ao invés de "Jesus", "Mamãe" ou qualquer outra coisa do gênero, a criatura mandou escrever "Homem".

Sabe-se lá o que leva alguém a tatuar isso nas costas: se é para afirmar o que andam chamando por aí de orgulho hétero ou para poupar-se do trabalho de gravar na pele um nome masculino diferente a cada nova paixão -- o que deve doer pra burro.

Cada uno con sus cadaunadas, já diziam os espanhóis.

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Orgulho Hétero -- assim mesmo, com tudo em maiúsculas -- também é o nome de uma das oito redes de internet sem fio disponíveis nas redondezas de onde estou ficando.

A provocação parece ainda maior quando se leva em conta que a área é uma das mais frequentadas pelo público gay em São Paulo, num momento em que as histórias de agressões motivadas por homofobia têm ganhado um espaço tremendo na mídia.

Mas, independentemente do lugar e do noticiário, o fato de alguém batizar assim a própria rede só pode ser chamado de babaquice.

Ou de uma cadaunada sem a menor graça.

Ouvido em São Paulo

"Quando eu era criança e me perguntavam o que queria ser quando crescesse, sempre respondia: 'Quero ser baiana'."
(Dito por uma argentina, em português quase fluente)

"Um dos motivos por que adoro fazer aula de dança é a parte em que o professor diz: 'Meninos para lá, meninas para cá'. É a única situação em que ainda sou chamada de menina!".
(De alguém que deixou de ser menina há umas duas décadas)

segunda-feira, março 07, 2011

sábado, março 05, 2011

América em trapos


Tirei essa foto há umas três semanas nos arredores de Telluride, uma cidadezinha no interior do Colorado (EUA). Se não me engano, foi no mesmo dia em que acordei, liguei a tevê numa entrevista coletiva do Obama e achei-o supercansado.

Um norte-americano que deixa uma bandeira toda ferrada na porta de seu estabelecimento é um baita de um desleixado ou simplesmente está fazendo um protesto silencioso?

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Bebês são o que a mãe come


Dedicado ao mundo da imprensa, o Newseum, na capital dos EUA, está entre os museus mais legais onde já estive. E não é só pelo acervo nem por todos os recursos interativos oferecidos nos seis andares.

Seus banheiros merecem pelo menos uma visita, pois dão uma mostra de todas as cacas que um veículo de comunicação pode publicar: entre elas, estão manchetes ambíguas (como a da foto acima, "Bebês são o que a mãe come") e erros tão absurdos que fariam qualquer um, jornalista ou não, morrer de vergonha.

Fotografei algumas dessas frases enquanto dava umas boas risadas. Todas as placas identificam o mico pelo nome do jornal e pela data.


"Homem leva tiro nas costas; cabeça encontrada na rua".

"Collene Campbell luta pelos direitos das vítimas de homicídio depois de ter se tornado uma delas mais de uma vez".

"Correção: publicamos na última sexta-feira que hoje é o dia do apreço às camisetas (t-shirt); na verdade, é o dia do apreço ao professor (teacher)".

Fiquei com preguiça de fotografar plaquinha por plaquinha porque tinha ainda muito o que ver. Mas as manchetes acima (da direita para a esquerda) dizem o seguinte:

. "Instrumentos podem ser deixados dentro dos pacientes durante a cirurgia";

. "Focas canadenses negociam com credores";

. "Mulher encontrada morta no porta-malas que mantinha para si, dizem os vizinhos";

. "ISU revoga doutorado em plágio".

Esses e outros adoráveis erros são compilados desde 1961 pela revista Columbia Journalism Review. Clique aqui para ver outros...

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Observação rápida

Como fazer um comercial de remédio nos Estados Unidos:
1) Use um minuto para informar sobre as propriedades do produto;
2) Reserve mais cinco para os avisos legais, conhecidos por aqui como disclaimers;
3) Pronto! A f'órmula é bizarra, mas me parece melhor do que fazer aquele comercial incrível com estrelas globais e depois exibir por um segundo aquela tela cheia de letrinhas miúdas.

domingo, fevereiro 06, 2011

Aquela velha história


Oi, todos! Seguinte: a vida anda numa correria danada com trabalho, estudos novos e umas coisas para programar/botar em ordem, de modo que não tenho conseguido dar muita atenção ao blog. Mas vida tem dessas coisas, né não? Já já eu volto a cuidar dele com mais carinho.

Na quinta-feira, ponho o pé na estrada e, com sorte, consigo contar umas histórias aqui.

Beijo!

sábado, janeiro 29, 2011

Edifício Yacoubian



Para esse filme ser imperdível, nem precisaria que o Egito estivesse no atual estado de confronto entre a população e o governo. Agora, então, é que não dá para deixar de ver. Está na minha lista.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Não recomendado para quem odeia aranhas

As nuvens se avolumam no céu, e uma chuva de aranhas parece cair de lá de cima.
Apocalipse? Não. Coisas dessa vida no cerrado.

Elas se sustentavam numa teia quase invisível que se armou havia dias no Parque Olhos d'Água, na Asa Norte, aqui em Brasília. Fui para lá no fim de semana e, felizmente, estava com a câmera.

Com uns oito metros de largura, a teia começava na grama e só terminava um pouco acima do poste. Claro que todo mundo parava pra olhar.

Tirei um monte de fotos, mas, entre um clique e outro, tinha que dar uma espanada básica (quem estava em volta fazia o mesmo). Vai que um bicho desses cai nas nossas cabeças? Eca!

Não consegui encontrar quem me explicasse o como, o quando e o porquê delas (venenosas ou não? Também não sei) terem montado essa parede quase invisível -- e possivelmente perigosa. Pior: voltei lá hoje e a teia não existia mais. Vou ficar devendo essa explicação para mim e para o leitor. Triste.

O parque tem dessas aparições. Palavra de quem já viu galinha d'angola, perus e até um coelho cinza enorme, gordíssimo, dando uma banda por ali.

domingo, janeiro 23, 2011

Ouvido por aí - Parte 859

Mesa de bar com quatro amigos, sábado à noite. Um quinto cara chega e se aproxima para cumprimentar o que estava mais perto do corredor:

- Comedor de amendoim!!!

Ao que o outro enche o peito:

- Me respeita, porra! É castanha!

Um outro cara que ainda estava na mesa ainda completa, com o dedo em riste:

- E do Pará!

É cada coisa que eu ouço...

quinta-feira, janeiro 13, 2011

De artistas e pulgas


Quem não viu no jornal pode ler aqui; eu que fiz. As fotos são todas minhas, menos essa de cima, com crédito para Artists and Fleas/Divulgação. Beijos.


Nova York guarda mil boas surpresas para quem se anima a pegar o metrô e sair de Manhattan. Uma delas fica em Williamsburg, no Brooklyn, onde há sete anos a dupla de empreendedores Amy Abrams & Ronen Glimer fundou o Artists and Fleas — Artist, Designer & Vintage Market. Ou, na tradução para o português, Artistas e Pulgas — Mercado de Artistas, Designers e Produtos Antigos.

Expressões como “pulgas” e “antiguidades” dão preguiça? Pois vale a pena deixá-la de lado para descobrir que, entre as peças de segunda mão, existe muita coisa sem cheiro de guardado e com charme capaz de despertar desejos consumistas.

O encanto se repete quando se observam as criações de artesãos, estilistas e designers em começo de carreira: há camisetas não encontradas em nenhum outro lugar, bijuterias dos materiais mais diversos (munições antigas, por exemplo), tops e vestidos para sair à noite, bolsas, cadernos e o que mais a imaginação da turma local permitir, tudo vendido a preços variados.

Em média, há 50 expositores por fim de semana, o suficiente para lotar o galpão onde a feira é realizada hoje, na North 7th Street, 70. “Esse número permite uma experiência de compra diversa e ao mesmo tempo intimista, acolhedora”, avalia Glimer, sem informar o total de dinheiro movimentado pela feira. “Não recolhemos as informações de venda entre os participantes”, justifica.

Outro detalhe bacana é que dificilmente o mercado tem a mesma cara em duas edições diferentes, porque os participantes quase sempre mudam. No entanto, quem precisa encontrar algum expositor — seja por arrependimento de não ter feito uma compra, seja por necessidade de trocar algum produto — que não esteja mais lá pode sempre achar os contatos no site.


Esse pequeno (mas agitado) encontro entre artistas, colecionadores de artigos vintage e consumidores começou em meio ao frio de dezembro de 2003, num barracão da North 6th Street, de onde o mercado já se mudou duas vezes.

À época, Williamsburg já tinha pinta de descolada, criativa e independente. Porém, ainda não era alvo da cobiça dos investidores imobiliários de Nova York. “Nosso antigo galpão foi transformado em um condomínio de luxo”, lembra Glimer. Foi nesse ambiente que a dupla de fundadores pensou em reunir artistas sem experiência em vendas e colecionadores com espírito empreendedor.

“Muito da nossa inspiração para começar foi tirada das nossas viagens pelo mundo e das visitas pelos mercados. Amy e eu sempre fomos fascinados pela cultura de mercados, tanto pela energia e vitalidade que existe neles quanto pelo fato de que, neles, você pode entrar em contato diretamente com outras pessoas. Não existem intermediários”, conta Glimer.

“Mercados são a melhor experiência democrática porque levam à interação entre pessoas que não poderiam se encontrar de outra forma.” Haja interação, aliás: a cada fim de semana, cerca de 2 mil visitantes passam pelo Artists & Fleas.

O feedback instantâneo desse público é um dos motivos que mais empolgam expositores como a estilista Nanako Miller, dona do próprio negócio há cinco anos e participante do mercado há um ano e dois meses. Ex-bailarina, a designer japonesa descobriu entre sapatilhas e figurinos de dança a vocação para criar uma moda delicada, repleta de tops e vestidos com fitinhas e rendas.

“Estar num mercado como esse permite que outras pessoas vejam nossas criações e deem retorno sobre vários elementos, como estampas ou cores. É importante saber o que encanta os consumidores, e o lugar atrai muita gente que ama moda, o que ajuda nas minhas criações futuras”, avalia. “O melhor é que não preciso gastar milhões de dólares para exibir meu trabalho”, completa.


Nanako refere-se a um aspecto crítico para qualquer um que queira empreender numa cidade como Nova York: o preço dos pontos no comércio. “A não ser que tenha uma grande reserva de dinheiro, você precisa dar conta sozinha dos impostos e de toda a despesa de manutenção. E, além disso, criar”, enumera a estilista, que vende entre 30 e 40 peças por fim de semana no Brooklyn.

Na região em volta do Upper East Side ou do Upper West Side, em Manhattan, por exemplo, o aluguel de uma loja pequena pode ficar em torno dos US$ 20 mil. “É uma soma irreal para uma artista em começo de carreira.”

No mercado, em compensação, cada expositor paga entre US$ 80 (o estande com 1,5m por 2,1m) e US$ 100 (o com 1,8m por 1,8m) por dia. Para participar, os interessados devem preencher uma ficha no site do mercado e devem obedecer a alguns critérios.

Ronen Glimer explica: “Procuramos expositores que façam o próprio trabalho ou tenham um olhar único como colecionadores de arte ou antiguidades. Não aceitamos artigos produzidos em série ou importados; nesse caso, recomendamos outros mercados que possam ser mais adequados a esses comerciantes”.

Mas casos de inadequação, segundo ele, são raros. “Acreditamos que o mercado em si sentencia definitivamente o que devemos ou não vender. Essa é a forma como os estabelecimentos funcionam no mundo todo e aqui também.

Aonde ir

Artists and Fleas
North 7th Street (entre a Wythe e a Kent), Williamsburg, Brooklyn
www.artistsandfleas.com
Abre aos sábados e domingos, das 12h às 20h.

Para chegar lá de metrô, pegue a linha L até Bedford Avenue (a primeira parada depois da saída de Manhattan), a G até a Metropolitan Avenue ou as linhas J/M/Z até a Broadway (no Brooklyn, também há uma avenida com esse nome). E-mail: info@artistsandfleas.com.



Veja também

“Williamsburg ainda tem muito do que apresentava nos anos 1990; há energia e intensidade. Não importa se são 15h de uma quinta-feira ou 3h de sábado, há pessoas nas ruas e coisas acontecendo”, define Ronen Glimer, fundador do Artists & Fleas. “A região tem de tudo para todo mundo: ótima gastronomia, bons bares, lojas e gente para observar”, prossegue ele, com conhecimento de causa. Conheça a seguir outros lugares para visitar antes ou depois de conhecer o mercado.



Bedford Cheese Shop
229 Bedford Avenue, Brooklyn; 718-599-7588 e 718-599-8644
www.bedfordcheeseshop.com

De segunda a sábado, das 11h às 21h; domingo, das 10h às 20h. Apaixonados por queijo hão de babar nesta loja, que reúne delícias feitas por produtores do mundo todo com leites de vaca, cabra e ovelha. No site, é possível conhecer cada um dos queijos e descobrir até o grau de “fedor” (stinkiness) de cada um.

Egg Restaurant
135 North 5th Street, Brooklyn; 718-302-5151
www.pigandegg.com

De segunda a quarta, das 7h às 18h; quinta, das 7h às 22h; sábado, das 9h às 23h; domingo, das 9h às 21h. A casa serve um brunch disputado no domingo; por isso, é bom chegar cedo. As receitas não têm mistério: muitas delas são feitas com ovos e carne de porco (como bacon). O segredo está na qualidade dos ingredientes, produzidos em fazenda própria.

McCarren Park
Entre a Avenida Nassau e as ruas Bayard, Leonard e North 12th
www.nycgovparks.org/parks/mccarrenpark

Com 144,5 mil hectares, o parque conta com gramados amplos; campos de basquete, handebol, futebol e tênis; pistas de corrida e espaço exclusivo para os cães brincarem sem coleira. Entre maio e julho, o McCarren também abriga uma edição especial, de verão, do Artists & Fleas.

Scandinavian Design House
167 North 9th Street, Brooklyn; 917-501-9190
www.scandinavianhouse.com

De terça a sábado, das 12h às 20h; domingo, das 12h às 18h; fecha às segundas. Os escandinavos estão na vanguarda mundial do design, e a loja dá uma boa amostra dessa produção. Utensílios domésticos e objetos de decoração compõem a maior parte do estoque.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Praia no Uruguai: do it yourself

Praia com escultura de mão em tamanho gigante: no Brasil não tem...

Costumo dizer que duas coisas só podem ser encontrdas no Brasil:

1. Brodagem;

2. Praias com barraquinhas maneiras, água de coco, queijo coalho, Mate Leão, picolé de frutas, biscoito Globo e outros que-tais.

Os uruguaios certamente andam aprendendo a arte da brodagem para receber os brasileiros, que cada vez mais invadem o país (com passagem barata, fica tudo mais fácil).

Na maior parte dos lugares por onde andei, vi as pessoas sendo muito bem tratadas e os prestadores de serviço tentando falar português quando percebiam que os clientes eram brazucas.

Agora, praia com todas as delícias a que me referi lá em cima, só por aqui.


José Ignacio, nos arredores de Punta del Este: traga também a vitrolinha

E não é só porque queijo coalho e biscoito Globo são coisas nossas. Os hermanos poderiam muito bem fazer uma orla com, sei lá, empanadas, vendedores de água quente para o mate (o chimarrão de lá) e sorvetes Conaprole. Mas não há nada disso nas belas areias locais.

Em Punta del Este, La Barra, Manantiales e José Ignacio (todas bem próximas), por exemplo, vêem-se quilômetros e mais quilômetros de areia e nenhuma barraquinha, o que pode ser um perrengue para quem se pegou com sede em meio ao calor de lá.

Os uruguaios sempre levam a própria farofa os próprios equipamentos de praia (toalhas, cangas, guarda-sóis, cadeiras, etc.) e tudo aquilo que quiserem comer e beber, a começar pelo... mate, sempre pelo cafeinadíssimo mate. A garrafinha térmica não sai ao lado dos banhistas nem um minuto sequer.

Já falei que ir à praia fora do Brasil é uma experiência antropológica, né?

Repare na turma à esquerda: eles carregam um baldinho, e não é para brincar na areia


A lógica da farofa do do it yourself praiano só não vale se o sujeito estiver em um superultrarresort. Aí, sim, todo o serviço de praia, das cadeiras aos drinques, é garantido. Só não descobri se neles dá para encontrar aqueles chuveirinhos pós-praia que tanto amamos (em Miami eu sei que tem!).

Quem é brasileiro e está indo pela primeira vez pode estranhar tudo isso um bocado, como eu estranhei, de modo que vou contando a história completa logo.

Os albatrozes não precisam de barraquinhas nem de biscoitos Globo

Outro detalhe para os que têm viagem marcada para lá: não dá para esperar mar quentinho, desses bons para tomar banho.

Os poucos corajosos que vi entrando sempre protagonizavam umas cenas divertidas -- como o maluco de José Ignacio que veio correndo rapidaço desde o comecinho da faixa de areia (para morrer de suar, quem sabe) até dar aquele mergulho na água. Pode ir, que eu não vou.

Água quente, meu caro, só se você for do Nordeste para cima.

- Mas, Mari, aí a passagem é muito mais cara - você vai me dizer.

Sim, a passagem para o Uruguai é bem mais barata do que para Natal, e Punta del Este é mesmo badaladíssima no verão -- aliás, um hype que até agora estou tentando entender como começou.

Só não dá para procurar nem Natal nem Brasil no nosso vizinho.

domingo, janeiro 09, 2011

Lado de dentro

Esta semana, olhei para fora e, na contraluz, as asas desse inseto pareciam uma renda.
Fiz a foto em PB para dar uma idéia do que vi. Mas não é a mesma coisa.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Lado de fora

Estão lavando a fachada do prédio há dias, e o negócio vai continuar por mais um tempo. O bizarro é que chove há semanas em Brasília, e eu fico me perguntando se essa lavagem vai adiantar de alguma coisa. Afinal, chuva deixa tudo imundo.

Dizem que essa espuminha tem umas substâncias altamente corrosivas. Não dá nem para sonhar em abrir a janela.

Saudade do tempo em que a molecada pendurava caixinhas de Mentos só para ver se eu pegava.

terça-feira, janeiro 04, 2011

Dentro do mar tem rio - 2

Andei dizendo a umas pessoas que a luz no Uruguai é uma coisa enlouquecedora para quem gosta de fotografar. Tão maravilhosa que nem é necessário usar uma supermáquina para fazer o registro: basta ter olho e um certo espírito nipônico para clicar muito.

Bom, agora preciso de fotos para justificar toda a jogação de confete que fiz no mundo real e no primeiro parágrafo. Segue a parte II da série em Colonia del Sacramento, no Rio da Prata:




Ela dá uma estourada legal (esse efeito esbranquiçado) nas imagens, mas é justamente disso que gosto mais. Na janela do carro, dá para ver os pescadores, que ficaram trabalhando um tempão.

O barquinho vai, a tardinha cai. É isso.


domingo, janeiro 02, 2011

Dentro do mar tem rio - 1


Curti tanto o pôr do sol em Colonia del Sacramento, no Rio da Prata -- e, sem falsa modéstia, as fotos que fiz nesse dia -- que fiz dois posts só para falar dele.

No Uruguai, o rio só vira mar de verdade lá pelas bandas de Punta del Este, mas muito antes disso (quando passa por Montevidéu e por Colonia, por exemplo) é tratado como tal pela população. Levando-se em conta o tanto que ele é grandioso, faz sentido.

O pessoal toma banho numa boa e transforma a orla em prainhas. Nem sempre dá para achar isso legal, se formos analisar o estado da água e das areias em alguns lugares.


Na foto acima, por exemplo, só dá para pensar em uma legenda: Ecaaaaaaaaaa.
Melhor olhar para outras coisas, né?


O porto de Colonia del Sacramento recebe diariamente o BuqueBús, embarcação que faz o trajeto entre a cidadezinha uruguaia e a capital argentina, Buenos Aires. É o caixote que aparece à direita no horizonte.

Olhando por cima da mureta, em outro ângulo, dá para ver que uma galera também pesca no rio. Muito bonito.


Terça-feira que vem tem mais Rio da Prata. Já vou deixar programado...