terça-feira, janeiro 03, 2006

Habana blues

É uma pena que Habana Blues só esteja passando em um cinema em Brasília, aquele lá do aeroporto, que pouca gente se anima de ir. O ideal seria que o dono do cinema deixasse de passar aquela droga do Quem somos nós? (auto-ajuda quântica, como bem definiu o Jr. Se você não viu, não gaste seu $ indo no cinema: pode deixar que alguma hora o GNT vai exibi-lo de graça) e dedicasse pelo menos mais uma sala a esse filme gracioso, o primeiro que vi em 2006.

Melhor contar rapidamente a história, né? Vai que alguém aqui não viu o trailer. É sobre dois grandes amigos que são músicos, acabaram de lançar uma demo (Habaneando) e vêem a oportunidade de começar a trabalhar com produtores espanhóis. Surge aí uma superchance de fazer o próprio trabalho conhecido, ganhar em euros e sair do país. Largar dessa vidinha de nhaca que deve ser Cuba hoje – produtos racionados, preços altíssimos no mercado paralelo, carros que não andam direito, cidades sucateadas, nada de liberdade de imprensa, nada de internet, nada de nada, argh.

Não tem jeito, não tem como um filme feito em Cuba, sobre a situação atual do país, não ganhar contornos políticos, ainda que este seja um filme leve e divertido.

Eu fiquei torcendo muito pelos dois, mas há um ponto da história em que a gente começa a se questionar se a coisa vai valer a pena mesmo. Só o que posso adiantar é que um dos amigos começa a agir como se estivesse muito-a fim-demais de ir logo para a Europa, e que isso não é legal. Vejam o filme para descobrir o resto da história...

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Cuba era uma das minhas possíveis opções de férias há alguns meses, e o filme me deixou com vontades antagônicas: ir agora / esperar porque não vale a pena, pelo menos não agora. Depois de assisti-lo, meu desejo era de ir para lá para descobrir essas bibocas onde se faz música boa e tudo que não seja turismo oficial. Mas a perspectiva de pagar caro por certas bobagens me desanimou deveras. Temo pelo país com Fidel, mas também não me tranqüiliza pensar o que pode acontecer com Cuba quando toda a geração da revolución morrer.

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Aos que viram o filme: Alberto Yoel (Ruy) é ou não é uma versão cubana e melhorada de Lenny Kravitz?

2 comentários:

Quemel disse...

Caramba! Sei que não tem nada a ver, mas a tua matéria de hoje sobre blogs ficou sensacional!

Anônimo disse...

Não vi o filme, mas fiquei pensando agora numa "versão melhorada" do Lenny.. uhm... acho que será ótima visão...rs. Ei, quero ver essa matéria sobre blogs manda pra mim...? bjalesscar@gmail.com