No dia em que fui ver Cidade Baixa (um filme bom, porém tenso), me deliciei com o trailer de A Marcha dos Pingüins, que tratei de assistir assim que estreou, neste final de semana. E, mais uma vez, curti um monte. Isso porque amo documentários (de qualquer tipo) e desenvolvi um gosto especial por observar quase todos os animais (menos os insetos voadores e cascudos). Não achei o filme moralista e não senti nenhum tom do tipo "tudo pela família" ou "no final o amor sempre triunfa".
Bichos são bichos, ué, não levam em conta questões culturais como essa. Fêmeas protegem os seus filhotes porque sim, casais se acasalam e eventualmente se reencontram porque sim (e não porque o amor triunfou) e às vezes certos pais têm de abandonar os filhos porque num ambiente daquele a própria sobrevivência tem de vir em primeiro lugar (e não porque existe um suposto senso de família).
O engraçado – fazendo um parênteses – é que, há muito tempo, quando eu era solteira e curtia boate, eu adorava ficar observando os jogos de sedução que aconteciam entre as pessoas. É ritual de acasalamento, mesmo, não muito diferente dos que existem entre os pingüins na Antártida. E me lembrei disso quando, ainda no começo do filme, algumas fêmeas se estapeiam porque o número de machos é insuficiente para a procriação. Não ia estranhar se aparecesse alguma legenda do tipo "sai daí, piriguete, que o macho é meu!!". É hilário.
Por falar em legendas e diálogos, muita gente também criticou as falas atribuídas aos pingüins, por serem (entre outros adjetivos que li em várias matérias) "forçadas" e "descabidas". Fui ao cinema até meio desconfiada, mas no final das contas não me incomodei. Acho que é só uma alternativa à narração convencional dos documentários, sem contar que deve facilitar a vida das crianças que serão levadas pelos pais para ver o filme (tenho certeza de que os meus fariam isso). É só assistir à versão em francês que fica tudo certo.
Um comentário:
Eu vi a versão em português, Antônio Fagundes e Patrícia Pillar até passam, se bem que não pude deixar de achar um tanto piegas em determinados momentos. Agora, quando entra em cena o filhote com aquela voz-esganiçada-de-pré-adolescente-
iniciando-a-puberdade-na-Zona-Sul ...irritante...
Tava esperando o pingüim dizer "óôauêaí ó, xou um pingüinzinho ixperrrrto". Fiz um posto sobre esse filme tb, passa lá.
Postar um comentário