Moët & Chandon, Veuve Cliquot e Taittinger são as principais delas. Lotam de turistas do mundo inteiro (inclusive eu, rsrsrsrs). Por 10 euros, entrei na Taittinger, assisti a um vídeo em francês do qual entendi lhufas, fiz um tour guiado numa caverna (já usada pelos galo-romanos nos primeiros séculos depois de Cristo) cheia de garrafas, tirei umas fotos e... desejei loucamente o momento final da visita.
Aliás, acho que todos na turma estavam na mesma ansiedade.
Dá para imaginar o que acontece nesse momento, né? Depois de subirmos uns 600 degraus para voltar da caverna galo-romana à superfície, todos nós, turistas, bebemos uma tacinha de Taittinger ao pé da vaca.
E, depois, fomos gentilmente convidados à passar à lojinha, onde poderíamos adquirir mais daquele saboroso líquido a preços módicos (40 euros a garrafa mais barata, a de demi-sec).
Preferi tirar fotos da garrafona usada para batizar navios (imagem acima).
Dizem que quem visita uma grande fabricante de champagne fica sabendo automaticamente como são todas as outras. Por isso, resolvi partir para outro esquema, que, no fim das contas, me pareceu muito mais jogo: o dos Vinheiros Independentes. Batizei-o de champagne indie.
Os afiliados a essa associação são pequenos vinheiros pouco comprometidos com a criação de uma champagne que vá agradar desde o sultão de Brunei até o banqueiro paulistano (para isso, existem as grandes caves). Ao fabricar suas milhares (e não milhões) de garrafas anuais, se metem em cada etapa da produção e dão um sabor muito mais pessoal às próprias bebidas.
Esse espírito 'mão na massa' se percebe facilmente na visita a qualquer vinha indie. Estive em duas: a Laurent Gabriel e outra cujo nome não me lembro de jeito nenhum (atenção, engraçadinhos: a culpa não é do champagne).
A primeira é superfamília. Quase morri de timidez quando soube que as explicações sobre a vinha seriam dadas na sala de estar da turma, em meio a retratos de bebês. Quando a guia (uma moça mais ou menos da minha idade) veio trazendo a filha pitizenta, pensei: "Ferrou. Se o produto dela for uma merda, não vou conseguir disfarçar e ainda vai rolar aquela pressão básica pela compra".
Tudo melhorou depois que Marie, a guia, entregou a pitizenta para a mãe e contou a história dos pais. Em poucas linhas, é o seguinte: a mãe era dona de casa (acho) e o pai consertava o maquinário das vinhas dos outros. Um dia, resolveram ir atrás dos retalhos de terra das duas famílias e abrir a própria cave, que atualmente produz 20 mil garrafas por ano.
Eventualmente, Marie e o pai têm uns arranca-rabos porque ela prefere colocar mais uva chardonnay na composição, enquanto monsieur Laurent prefere a pinot noir.
A fábrica não é glamourosa. Mas o produto é tãããããããããão melhor. Constrangimento zero. E preços bem mais camaradas: cada garrafa custa 13 euros em média. Quase o preço do ingresso que a Taittinger cobra para te dar direito a uma taça. Comprei, claro.
A outra era um pouco maior e mais arrumadinha. Mas o tratamento não mudou muito. Rolou um papo com a dona da vinha, que ofereceu biscoitos cor de rosa para acompanhar a bebida. Champagne gostoso e barato também. Recomendo demais.
Um comentário:
pela banalização do champagne indie!
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