sexta-feira, julho 10, 2009

Lelelelelê uh lelelelelelê uh leleleleô

Deus criou o homem, o homem criou Nero e Nero criou a Dança da Manivela”
(Jou Batá)

Todo mundo tem uma situação na vida em que gostaria de se transformar num mosquitinho. Eu adoraria ser um — equipado com uma microcâmera de vídeo, de preferência — para ver como se dá o processo criativo de quem toca no ou compõe para o Asa de Águia e o Chiclete com Banana, bandas que são simplesmente veneradas por aqui.

O Asa, a propósito, toca em Brasília amanhã. Vai lotar, claro.

Minha curiosidade se justifica por algumas coisas. Não, eu não sou fã de nenhum dos dois grupos. Não pago ingresso para os shows e não compro CD. Também não adquiro abadá com valor dividido em várias parcelas para ir ao carnaval de Salvador ou a uma micareta. Foi mal, pessoas que têm o adesivo “Sou Chicleteiro” no carro. Minha praia é outra.

Eu só queria saber como, afinal, eles dão conta de escrever letras mais ou menos com o mesmo jeitinho — sempre um tanto inusitadas — há tanto tempo e ainda assim continuarem com o cartaz que têm. É sério: eu sempre me sinto um alien chegando à Terra quando ouço ou leio os versos de Quero chiclete e Dança da manivela, entre muitos outros.

Eu fui perguntar pra ela, meu amor
Se a dança da manivela ela topou (2x)
Dizendo que aqui tá quente
Aqui tá frio
Muito quente, aqui tá frio
Aqui tá quente, aqui tá frio
Muito quente, aqui tá frio

Pega no dedinho dela
Pega no joelho dela
Pega na coxinha dela
Sobe mais um pouquinho

Pega no rostinho dela,
Pega no peitinho dela
Pega no umbigo dela,
Desce devagarinho

Que existam no Brasil e no mundo músicas compostas para dançar sem que se pense muito nelas, isso é óbvio. O que eu não posso é passar por essa vida sem saber como elas são feitas.

Posso fazer isso como profissional? Posso. Mas bom mesmo seria ver tudo acontecer sem representar uma interferência. Daí a vontade de ser um mosquitinho. Com sorte, até ganharia uma melô em minha homenagem. Com coreografia e tudo.

5 comentários:

Acid Rock disse...

Um desses processos criativos que sempre me despertou a curiosidade é o do mítico tema: AÊ, AÊ, AÊ, AÊ, Ê, Ê, Ê, Ê, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô...

Um clássykuh.

Beijos do Arthur!

;)

Gui Scheinpflug disse...

É muito perigoso ser um mosquito em meio a tantas coreografias rsrsrs

Mari Ceratti disse...

Arthur,

De fato, "AÊ, AÊ, AÊ, AÊ, Ê, Ê, Ê, Ê, Ô, Ô, Ô, Ô, Ô..." é outro motivo para a gente querer investigar os bastidores das bandas de carnaval baiano.

Gui, os mosquitos quase sempre são mais espertos do que os seres humanos... ;-)

Bjo!

homi disse...

durval: "me dá qualquer palavra que eu faço um axé de sucesso"

amigo: "ah, uma coisa bem devagar! uma tartaruga! quero só ver"!

durval: "dança da tartaruga, ô ô... dança da tartaruga, á á! dança da tartaruga, eu não consigo viver longe de vocêee".

Lulu Peters disse...

Você sabia que o Asa de Águia começou como Asa de Urubu, tocando rock progressivo?! Mas como rock independente não dá dinheiro...