A mais nova delas deve ter uns 60 e poucos anos.
A mesa é quilométrica, dessas organizadas para comemorar aniversário, e nenhuma ali tem cara de que vai precisar largar o prato ou a taça de champagne para labutar daqui a pouco. Pelo contrário: o negócio ali vai pela tarde toda.
Engata-se uma taça na outra, depois vem um docinho, um vinho do porto, uma agüinha com gás, um chocolatinho, mais uma taça de champagne e fim. Dali todas vão para o spa -- ou pelo menos gostaria de acreditar nisso.
Parece um episódio do Sex and The City em versão melhor idade, e ele é uma delícia de assistir! Principalmente quando se está acompanhada de dois colegas que também a-do-ram a cena toda.
Lá pelas tantas, confirmo que trata-se de uma mesa de aniversário porque rola um parabéns coletivo. Minha amiga fica bege.
-- Noooooossa, que desânimo... -- ela repara, com um vozeirão.
Não precisamos nem combinar: começamos a cantar junto com as senhorinhas e elas se voltaram para nós mais ou menos como Carrie Bradshaw e cia. ante a visão de um sapato caríssimo.
Se nos chamassem para a mesa, eu também não acharia de todo mau. Ou melhor: provavelmente, tentaria fazer a polida, mas sem me esforçar muito para isso, sabe?
Mas elas não convidam, só sorriem. E bebem mais champagne enquanto o dia avança, o sol queima e eu me junto mais uma vez à massa na cidade de São Paulo.