terça-feira, junho 29, 2010

Talento é pouco


Cory Chiesel, vocalista da Cory Chiesel and The Wandering Sons, tem uma história muito parecida com a de milhares de cantores nos Estados Unidos: filho de ministro da igreja batista, ele começou a cantar na igreja e dali foi pro mundo.

Saiu de Wisconsin e hoje toca em um bocado de showzinhos pelo país, como o da foto acima, que cliquei em Chicago. Apesar de meio tristes às vezes, as músicas são uma graça, a exemplo de Gettin' By, que pode ser ouvida aqui.

Gostar do som do grupo, no entanto, não me impediu de fazer uma pergunta: quantos milhares de artistas devem haver iguaizinhos a ele? Quantas milhares de bandas devem repetir a fórmula violão + vocalista algo melancólico (a), porém sexy + letras fofas de amor, etc.?

Difícil contar, mas há um monte. Eu mesma vi várias, ainda que algumas tivessem algumas pequenas mudanças na fórmula.

E todas são boas. Mas a concorrência é cruel num país em que há tanta gente talentosa e onde a parada de sucesso é dominada atualmente por aquela música horrorosa da Rihanna.

Quem vai ficar famoso, no fim das contas? E quem deixará o sonho de lado para abraçar um trabalho convencional, uma vida normal, um concurso em Brasília (ops)?

Essa pergunta bateu várias vezes e me inquietou em todas.

Me fez pensar que, fora da folk music, existem mil outros tipos de commodities nessa vida de criação. Texto bom é commodity. Foto legal, então... ainda mais nesse mundo de máquina digital.

Talento é pouco, é quase nada às vezes.

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