sábado, junho 19, 2010

Miami com Copacabana

Queria muito fazer um inventário das figuras bizarras que vi em Miami nos últimos dias, mas inventários dependem de caderninhos e canetas para dar suporte à memória.

Só que bloquinhos significam trabalho, e eu não estou aqui labutando. Tô de férias. Férias quase no fim, diga-se.

Senão vejamos: anteontem vi dois emos trocando soquinhos na Lincoln Road, perto de South Beach. Eles eram magérrimos e tinham franjas tão volumosas que não dava para ver como eram seus rostos.

Calculei uns 18 anos para cada um, embora o comportamento fosse totalmente de quinta série.

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No mesmo dia, comprei duas toalhas superfurrecas por US$ 10 e fui pra praia.

Fazer isso é a melhor forma de se livrar dos preços abusivos dos guarda-sóis e das cadeiras disponíveis pra aluguel. Cada item custa US$ 20. US$ 20!!!! Os cariocas são felizes e não sabem.

Água mineral? US$ 3,50 na barraquinha da areia, US$ 1 com o negão rasta que vende a 100m dali.

Por falar em rastas, dois deles aterrissaram a uns três metros da gente. Um deles tinha a Bíblia na mão e estava fazendo uma espécie de discurso de conversão para o outro. Acho que o próximo passo era dar o batismo nas águas quentes da Flórida (uma delícia, por sinal).

O rito foi interrompido quando o cara da Bíblia viu um casal brigando alto e se xingando não muito longe dali.

- Ei, você! Pare de xingar a sua esposa! Isso não se faz! Você tem que amar a sua mulher! Se continuar, vou juntar a minha galera para te bater lá na calçada - ameaçou o rasta man para o americano machão.

Com uma chamada de xinxa dessas, o marido não teve muita escolha. E a paz voltou a reinar em South Beach.

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Tinham me dito que a Ocean Drive, perto dali, parecia Copacabana. É, tem uma semelhança.
Tudo parecia meio roubada de turista, mas consegui achar um lugarzinho fofo para matar a fome pós-praia (mar dá MUITA fome). Se chama News Cafe, e o news tem a ver com os mil jornais e livros que podem ser lidos por lá.

A comida do News é bacana, e a possibilidade de observar a galera que passa em frente, outra coisa sensacional. Só dá figuraça.

Quando passou uma turma de hare krishnas tocando percussão, umas adolescentes americanas que estavam de pé perto da minha mesa começaram a rebolar.

Pensei: fia, hare krishna não é dança do ventre, porra.

Uma delas fez até aquele barulhinho u-u-u-u-u-u-u-u-u que as bailarinas soltam de vez em quando nas apresentações, sabe?

Mas os monges eram gente fina, e arrastaram elas e mais uma galera para pular na avenida. O mais novo deles era também o mais animado. Parecia estar numa rave.

Afinal, tudo em Miami acaba em balada.

Um comentário:

Sara Correia disse...

dá vontade de filmar essas coisas e fazer vários curtas, né??!?!?!