terça-feira, novembro 16, 2010

Caninos

Sentar-se num café num dia de chuva, numa mesa bem em frente à rua, para olhar o movimento enquanto se toma um capuccino quentinho pode ser uma coisa espetacular quando se está numa cidade tipo Paris ou Buenos Aires.

E no Rio de Janeiro, é bom? Talvez... mas não é bem o que eu esperava fazer na manhã de sábado que passei lá.

Rio pede biquíni, e não blazer preto. Pede protetor solar FPS 50, chá mate gelado e bixxxxxcoito Globo! U-hu!

Mas, se a vida me deu um capuccino, e ele ainda por cima é quente, docinho e em grande quantidade, vou fazer cara de nojinho? Lógico que não.

Na frente do meu café tinha uma fila enorme formada por gente querendo apostar na Mega-Sena. Taí: observar os cariocas e sua vida de bairro é muito bom. Não tem nada a ver com o meu cotidiano daqui, de modo que qualquer movimento de cena se torna delicioso.

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Em dois momentos, pararam os pets mais diametralmente opostos do universo: aquele que vou chamar de A Chihuahua Preta Mais Marrenta do Mundo (ou CPMM, para facilitar os trabalhos) e o labrador velhinho mais serelepe da face da Terra, que vai ganhar um post só para ele.

CPMM é um desses bichos inadequados para a vida em sociedade: não pode ver nada que não seja a própria a dona, pois começa a latir de forma ensandecida enquanto mostra os minicaninos afiados.

Ela tem algo de ridículo, pois, embora seja um limão em forma de cachorro, desfila pelo Rio com lacinhos e roupinha de retalhos florais por cima da coleira peitoral.

E a cada vez que ela late, a dona (que exibe um cabelo chanel escovado em forma de capacete) levanta-a pela coleira, transformando CPMM em um cão voador.

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O estado de marra da dita cuja ficou ainda pior quando um menino de uns 8 anos, muito bonitinho, se aproximou querendo brincar.

Vamos deixar claro, em primeiro lugar, que a brincadeira dele não era muito inteligente: consistia em apontar dois dedos em direção à bichinha, como se quisesse furar seus olhos.

Pressentindo que o negócio ia dar merda, a dona da CPMM a fez dar um último voo espetacular em direção ao seu colo. Segundos depois, a mulher abaixou o rosto e deixou a mostra os olhos por trás dos óculos estilo Jackie Onassis.

Lentamente, e com um sotaque carioca muito forte, a dona disse:

- Ela morrrrrrrrrrrde.

Preciso dizer que o moleque saiu chutado?

4 comentários:

Anônimo disse...

"Ela morrrrrrrrde" foi ótimo, kkkkkkk

Homi disse...

CPMMM é o cão chupando manga? Digo, limão?

Marina Fernandes disse...

Me senti representada no post. Fui pro Rio com chuva tb. Mas nada tão bizarro como essa história!

Liz Vieira disse...

Oi!!!Também sou de Brasília... Coloquei vc na minha lista de blogs daqui.

Muito lindo o seu blog, adorei o post!

Já estou seguindo, aguardo sua visitinha e se der me siga também...

Bjos no Core
@LizBranquela
branquelasardenta.blogspot.com