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quinta-feira, julho 02, 2009

O dia em que circulei no Jet Set

Não sei se você pensa parecido, mas acho que o fato de certos estabelecimentos comerciais terem nomes em inglês (ou alguma tentativa linguística do gênero) faz com que eles pareçam muito mais toscos do que realmente são.

Lembre-se de todos os bares chamados Fulano's e de todas as boates chamadas Star Night (aqui em Brasília há ou havia uma) ou World Class e você saberá do que estou falando.

E de um restaurante chamado New Jet Set, o que dizer?

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Ele existe, fica em Paris e é sensacional -- um pouco pelo serviço atencioso, mais um tanto pela decoração, muito pela gastronomia e mais ainda pela quantidade inenarrável de personagens que frequentam o lugar.

Repare que não me refiro a pessoas: são personagens de verdade. Poderiam estar num filme francês metido a étnico, num conto escrito por um autor marginal, numa tese antropológica ou em todos esses veículos ao mesmo tempo.

A comida é toda baseada nas receitas vindas do Oriente Médio e tem um sabor responsa. Individualmente, os pratos são meio caros, mas dá para provar um pouco de cada coisa sem pagar muito. Basta escolher a opção do dia ou uma das combinações de entrada-prato principal, prato-sobremesa ou entrada-prato-sobremesa, que têm preços supervariáveis.

Escolhi a fórmula prato-sobremesa. Pedi cordeiro e fui muito, muito feliz. Mas fiquei mais contente ainda observando o resto da fauna. Achei incrível a quantidade de tempo que eles passavam por lá, ainda mais num meio de tarde de um dia de semana.

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Entre os homens, havia uns executivos aqui, uns caras com jeito de trabalhadores-autônomos-posudos acolá e uns tipos com um jeito mafiosíssimo (pense em barrigões de prosperidade alojados em camisas de manga curta, bigodões e colarzões de ouro).

Entre as mulheres, umas moças lindas e classudas -- uma ou outra com uniforme de comissária de bordo -- e outras com um visual suspeitíssimo.

E o que todos eles faziam, afinal, num horário tradicionalmente morto para qualquer outro restaurante? Fiquei até com dificuldade de chutar. Alguns pareciam estar fechando negócios com os companheiros de mesa. Outros falavam no celular por minutos intermináveis. Outros tinham jeito de quem não estava fazendo nada além de tomar alguma coisa e fumar narguilé.

O New Jet Set tem isso: se você quiser, pode simplesmente chegar lá, sentar num sofazinho comprido no meio de outras pessoas, descolar um narguilé individual, fumar e ir embora. Não sei quanto custa.

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Já tinha acabado o almoço quando vi entrar uma moça de uns 30 anos, cabelo chanel laranja-cobre e calcinha laranja gigante aparecendo em cima do cós da calça jeans justa.

Ela fez menção de se sentar no sofá comprido reservado aos fumantes de narguilé, mas um homem bigodudo nos seus 50 anos disse a ela em francês:
- Você não pode se sentar aí. O lugar já está ocupado por outro senhor.

Rolou um começo de climão. Mas um dos garçons interveio rapidamente e avisou que o antigo ocupante do lugar já tinha ido embora e que, sim, ela podia se sentar.

Eu não quis ficar olhando muito. Paguei minha parte da conta, observei a rua um pouco e, 10 minutos depois, o senhor "você não pode se sentar aí" e a mulher de calcinha laranja estavam cada um com seu narguilé e no maior tête-à-tête. Davam risinhos como se fossem conhecidos de muito tempo.

Gosto de pensar que as demonstrações de intimidade louca e instantânea entre os dois não acabaram por ali.

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NEW JET SET
Rue Washington, 14 -- 75008, Paris.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Ajudinha

(Já tinha postado aqui, mas resolvi fazer uma atualização)

Ao googlenauta que já passou por aqui três vezes tentando saber onde é o restaurante Astrid y Gastón, um programa imperdível para quem vai a Lima, no Peru:

O site é este.
O endereço é Calle Cantuarias 175, Miraflores. Tel.: 242-4422, 242-5387 ou 242 5723.
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 12h30 às 15h30 e das 19h30 à 0h.

Quer mais uma dica? Ligue reservando. Eu resolvi ir na louca e só consegui jantar porque a hostess foi gente fina e ofereceu a última mesa na área do bar (decorada por poltronas lindas e onde se serve tudo do cardápio). Sério: as pessoas que chegaram depois só conseguiram o balcão, onde o cardápio é mais restrito.

E se eu não entender as coisas do cardápio? Normal, normal, normalíssimo. Acontece porque vários dos ingredientes estão em línguas que não são o espanhol (tipo quéchua). Como o serviço é bacana, fique à vontade para perguntar.

Finalmente, se tiver de apostar em um programa gastronômico, mesmo que ele custe mais, aposte neste. E não se preocupe com calorias. Mesmo os artigos considerados de luxo no Peru são bem mais baratos do que no Brasil. A comida é maravilhosa. E, afinal, é uma experiência para ter uma vez na vida. Portanto, se puder, faça da jaca a sua pantufa. Peça entrada, prato principal e sobremesa. Boa sorte!

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Comer bem por aí - 3

Infelizmente, ninguém procura este blog (ainda) usando as palavras "dicas de viagem" no Google (vou fazer um post esta semana mostrando mais buscas toscas, aguardemmmm). Snif.

Mesmo assim, vou terminar a listinha barceloneta que comecei dois posts atrás. Vejam se não parece tudo gostoso. ;-)

Cacao Sampaka

É uma chocolateria fera que conseguiu agregar vários outros produtos e serviços fofos sem perder a identidade nem a qualidade. Resultado: a qualquer hora do dia em que se vá, sempre haverá uma turminha comprando chocolates ou degustando outras coisas. Todas as palavras do mundo não serão suficientes para descrever o chocolate quente puro oferecido pela loja. Vou ficar com "forte", "aromático" e "sedoso" só para dar uma ideia. Outra loucura é o chocolate branco com rosas. Provem. Na saída da loja, uma plaquinha mostra o quanto os donos estão podendo (ou acham que estão). Nela, se lê: "O cliente sempre nos dá razão". Menos, gente. :-P
Carrer Consell de Cent, 292, Eixample. Aliás, fica perto de uma das unidades do Hostal Martina (na Diputació), que é dispensável...
Outros lugares para ir atrás de chocolates:
Oriol Balaguer e Enric Rovira. Mas esses eu não conheço.


Tapa Tapa
Pela localização e pela frequência, tem todo o jeito de roubada de turista. Mas pode ir sem medo! A comida, o preço e o atendimento são ótimos. E o lugar tem uma coisa que até então era inédita para mim: cardápio no jogo americano (tipo aqueles do McDonald's) todo ilustrado com fotos superesclarecedoras. Precisa mais?
Passeig de Gràcia, 44, esquina com a Consell de Cent; 93-488-33-69.


Tapaç 24

Pertinho do Tapa Tapa, mas com um clima totalmente diferente. Aqui, a maior presença é de locais (o que é bom) que vão lá para fazer almoços no estilo business-engravatado -- o que é ruim, porque o clima é mais formal e, os preços, mais altos até em itens básicos. Eu não desgostei do lugar, mas também não recomendaria.
Carrer Diputació, 269, 934-880-977.
Outros lugares para experimentar tapas:
Paco Meralgo (sacaram o trocadilho infame?) e Sagardi. Não conheci nenhum deles, mas posso dar a dica sobre o segundo: cheguem cedo, muito cedo, ou façam reservas. Do contrário, encontrarão o lugar irremediavelmente tomado.

É isso galera. Para quem ainda não cansou, recomendo esse ótimo post sobre o que não fazer em Barcelona. Beijos!

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Comendo bem por aí - 2

A parte 2 da história dos cartões de restaurante que estão guardados desde maio passado na minha bolsa vai sem foto por um motivo patético: a primeira metade das fotos que fiz da viagem para Barcelona foi para um CD que -- só descobri no Brasil -- estava em branco. Vocês acham que eu fiquei muito ou pouco indignada com a minha falta de checagem? Pois é.

Todas as lindas imagens que fiz da Boquería, do Palau de la Música e de outros tantos lugares e comidas incríveis foram para o limbo, o que me obriga a voltar à cidade um dia para fotografar tudo de novo. Ai, que vida difícil. :-)

Essa viagem serviu para comprovar uma coisa: dicas de viagem ajudam à beça. Mas, no fim das contas, quem sentencia se elas valem a pena ou não é pura e simplesmente o viajante.

O modo como acabei conhecendo o Orígens - La llavor dels (o catalão não é uma língua ótima?), no Bairro do Borne, foi meio torto, mas bacana. A ideia inicialmente era conhecer o Inopia, que fica do outro lado da cidade (Tamarit 104, Eixample Esquerra; 93-424-5231), bar de tapas de Albert Adrià, irmão daquele que é considerado o melhor chef do mundo na atualidade.

Li a dica na revista Viagem & Turismo, da Abril, que elogiou os petiscos clássicos e os preços justos do bar. Quando me vi perto de lá, pensei: é agora!

Cheguei às 19h e o lugar já estava lotado, com seguranças pit-bull e corda na porta. Fiquei esperando com uma galera e vendo que os pit-bulls liberavam a entrada de pessoas que chegavam depois, mas já tinham amigos com mesa lá dentro.

Pergunto novamente: vocês acham que me indignei muito ou só um pouquinho?

Resolvi procurar alguma coisa legal perto. Não rolou. Aquela banda do bairro é muito residencial. Peguei o metrô até o Raval, outro lugar que me venderam como o paraíso na Terra. Depois de ver uns três bares/restaurantes estranhos e/ou caros, uns 15 açougues islâmicos e uns 22 cabeleireiros indianos, caí fora. (Depois, me lembrei que o lado bom do bairro está perto do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, o Macba).

E me lembrei de uma espécie de praça no Born -- o Passeig del Born -- que reunia uma série de lugares para comer. Foi lá, já com o estômago colado nas costas e os pés cansados, que achei o Orígens e descobri que o fair trade, o comércio sustentável, a valorização dos produtores e dos produtos locais (ou pelo menos a propaganda de tudo isso) é uma tendência irreversível na gastronomia. O cardápio é bem mais extenso do que os que estamos acostumados a ver porque permite saber a história e as propriedades de cada um dos ingredientes usados nas receitas.

Não lembro de tudo que comi -- só de um creme de aspargos, para falar a verdade -- mas achei tudo gostoso e muito bem-feito. Ou teria sido a fome a responsável pelo meu encanto? Ah, acho que não. O negócio é bom mesmo. E os preços e serviços não decepcionam.

ORÍGENS - LA LLAVOR DELS
Passeig del Born, 4, Barcelona; 93-295-66-90. Diariamente, das 12h30 à 1h. Metrô: linha 4.

Vou fazer uma parte 3 desse post porque, ao tentar lembrar qual era mesmo o nome do bar do Adrià, descobri um milhão de lugares para recomendar e desaconselhar. Isso, claro, se ninguém aí estiver de saco cheio de histórias de viagem. ;-)

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Comer bem por aí - 1



Descobri que há meses venho carregando na minha bolsa verde (do trabalho) dois cartões de bares /restaurantes das últimas férias.
Decidi que eles seriam os temas dos posts de hoje e de amanhã. Um sobre Madri e o outro sobre Barcelona, que tal?
O primeiro cartão é do Mesón del Champiñon, na capital espanhola. Curiosamente, ele fica perto -- ao mesmo tempo -- de uma região com várias roubadas gastro-turísticas e de outra com várias coisinhas interessantes. A região das roubadas é a Plaza Mayor. Nunca tente achar nada legal por lá. Tá na cara que é tudo estranho. E a das coisinhas legais é a Cava de San Miguel (o lugar que conheci fica no número 17; 91-559-6790), que reúne ainda mais bares de tapas. Me lembro em particular do Mesón de La Tortilla (no número 15), onde teria ido se tivesse sobrado tempo (e bucho, hehe).
Trata-se de um lugar simples, mas que oferece um dos petiscos mais Iloveyou que já provei: cogumelos grelhados com azeite, salsinha e sal. Os cabos dos champignons são cortados para dar lugar a um pedacinho de presunto cru. Não lembro quanto paguei, mas não era caro e a porção tinha um bom tamanho. Gostei tanto que deve ter sido por isso que guardei o cartão até hoje na bolsa. Se você tem viagem marcada para Madrid, vá. Esqueça a frescura -- você vai ficar de pé, com uma galera em volta e um cheiro de cigarro -- e veja se é bom ou não é.
Não tirei fotos, mas achei essas daqui, que servem para tentar aqueles que se perguntam se comem ou se tomam água e mexem os dedinhos até a fome passar. :-)
Outro lugar fera é a Sidrería El Tigre (Calle de las Infantas, 30, Chueca), onde fui parar depois de uma viagem malsucedida -- queria ir ao Bocaíto, perto dali, para comer o que me venderam como as tapas favoritas de Pedro Almodóvar e encontrei o lugar fechado. Quer dizer, malsucedida o cacete. O lugar é sensacional. Oferece opções para os mais e os menos durangos.
Os mais pedem uma cerveja e ganham um petisco sem pagar um euro extra. Os menos pedem uma cerveja ou uma sidra tirada na serpentina (deliciosa, nada a ver com Cereser) e o cardápio, que é cheio de coisas fofas. A variedade de queijos, frios e tortillas, tudo perfeito, chama a atenção. Mais uma vez, come-se de pé, em meio a frequentadores totalmente locais. Não repare no chão cheio de guardanapos. Bar de tapas e lata de lixo são dois conceitos que, aparentemente, ainda não se encontraram.
Na rua em frente à Sidrería, ainda há um restaurante italiano legal para quem quiser variar entre um petisco e outro. Esqueci o nome, mas não é difícil de achar.
Outras dicas que sei de cabeça:
- Museo del Jamón: estão espalhados por Madrid. Encontre o mais perto do seu hotel aqui.
- Rua Caballero de Gracia, perto da Gran Vía: impossível falar de um lugar só nesta rua. A partir do Frescco (um lugar bom para quando o corpo pedir vegetais folhosos), existe uma infinidade de restaurantes de vários estilos, inclusive um contemporâneo excelente, barato e com serviço rápido, cujo nome me esqueci (juro!), mas é só procurar pelos garçons com jeito de filipinos que você acha. Também fui numa baladinha ótima, ou que pelo menos costumava ser assim, nessa rua. Mais detalhes aqui.
É isso, minha gente.
Na falta de uma imagem de algum dos lugares acima, usei a foto que tirei num bar/restaurante fera em Toledo, a uma hora e pouco de Madri. Se chama Alfileritos 24, fica na rua de mesmo nome e é também fantástico. Beijos.

domingo, janeiro 18, 2009

Sabor de sábado

Meu plano para este sábado incluía ter um tempinho para escrever no blog. No entanto, acabei ficando tão pouco em casa (entre o momento de acordar e agora, uma meia hora, no máximo) que só deu tempo para responder um comentário, tomar banho e sair de novo. Em compensação, vi, ouvi e experimentei várias coisas legais na rua e registrei inúmeras idéias de textos e fotos para colocar aqui. Achei que seria legal deixar uma dica ou outra para quem já está na cidade ou pretende vir a Brasília em breve.

Quem vem do Recife, de Fortaleza, Natal, Aracaju, Salvador, Teresina ou Belém pode pular essa. Quem está aqui já conhece ou precisa conhecer esse lugar. E quem ainda virá de outras cidades não pode ignorar de jeito nenhum o Boteco, na 406 Sul. Foi inaugurado no segundo semestre do ano passado e ganhou fama muito rapidamente entre os boêmios daqui por inúmeros motivos bons e dois ruins. Entre os bons, está a decoração incrível, o atendimento gentil (artigo de luxo nessa cidade) e os petiscos inacreditáveis (pense em coxinhas de camarão e caranguejo, empadinhas de queijo do reino e outras fofuras). Em compensação, o colarinho do chope ocupa meia caldereta (pelo que li, é uma espécie de regra da casa, que estava para se tornar mais flexível depois de várias reclamações feitas pelos freqüentadores).

O outro aspecto chato tem a ver com o fato de o bar ter ficado tão querido: o lugar está sempre, todos os dias, invariavelmente lotado. Ou se chega às 18h ou nunca mais se consegue mesa. Por via das dúvidas, quem vai à noite deve dar uma olhada rápida no movimento antes mesmo de estacionar o carro. Se estiver com fila, esqueça. Já dei meia-volta durante tantas noites que acabei escolhendo outro horário para matar a saudade de lá: o do almoço. Pode-se fazer isso às sextas, aos sábados e aos domingos. Na sexta, a partir das 12h. No restante do fim de semana, a partir das 11h30. De segunda a quinta, é só à noite mesmo, das 17h em diante.

Nesse horário, a freqüência não é a mesma da do período da noite. É tão tranqüilo que dá para escolher a mesa. Há muita gente com família e criança e várias mesas com uma galera nos seus 45 ou 50 anos. Como não animei de beber (medinho da lei seca), não pude comprovar se realmente tornou-se possível que o colarinho do chope venha ao gosto do freguês. O legal é que provei uma receita que estava me intrigando havia semanas: a tal da paella de cabrito. Gente, bom demais.

A preparação é como a de uma paella comum, com muito açafrão, só que sem os frutos do mar. No lugar deles, vêm vários pedaços desfiados de cabrito e de uma lingüiça ótima. Não tenho muito mais o que descrever. A paella vem fumegando numa cumbuca pequena e a porção é individual, mas bem-servida. Quem tem ou está (como eu) com estômago míni pode dividir o prato e ainda provar mais alguma coisa do cardápio. Vale a pena. E o preço, R$ 12,90, é bem acessível, outra raridade nesta capital.


BOTECO
406 Sul, Bl. D, Lj. 35; 3443-4344. De segunda a quinta, das 17h à 1h. Sexta, das 12h às 2h. Sábado, das 11h30 às 2h. Domingo, das 11h30 à 1h.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

História de viagem número 3


A gente acha que vai viajar e mergulhar pura e exclusivamente na culinária local. Tipo assim: vou a Lisboa devorar bacalhau, sardinha e todos os doces de ovos e açúcar fabricados na face da terra. Aí, eu cheguei lá e vi que não fazia mal nenhum desencanar dessa ideia original. Claro que não deixei nem peixes nem docinhos lusitanos de lado. Só que tampouco resisti a experimentar outras coisas que jamais encontraria aqui no quadradinho.

O melhor foi poder me afogar em comida asiática roots, farta, bem-feita e com preços bem em conta (obs.: eu sei que temos o Naan aqui em Brasília, mas ele não é exatamente barato, principalmente levando-se em conta que os pratos são para uma pessoa). Vou deixar aqui duas dicas para quem estiver planejando viajar para lá.

O restaurante tibetano Everest Montanha da Calçada do Garcia, perto do Rossio (à direita de quem olha o Teatro D. Maria desde a praça principal), é só uma portinha. Mas despertou a curiosidade do maridão e a minha logo no primeiro dia de viagem. E não nos arrependemos quando resolvemos ver como era. Não lembro o que pedimos, mas tudo veio superbom, com vários vegetais e temperos muito equilbrados. O lugar é desses que oferecem a possibilidade de pedir a comida mais ou menos apimentada (acho que a gradação é de 1 a 5). E não sei se é a prática habitual do lugar, mas ganhamos vários brindes fofos (tipo bolinhos feitos na hora) enquanto esperávamos pelo prato. Para beber, cerveja indiana Cobra, que é levinha e dá uma aliviada no gosto de pimenta. Desnecessário dizer que, depois de tudo, saímos rolando ladeira abaixo. E olha que nem provamos as sobremesas.

O outro lugar me chamou a atenção depois que li sobre ele na Veja feita sobre a capital portuguesa: é o restaurante Cantinho da Paz. Oferece comida de Goa -- o que faz o maior sentido experimentar quando se está em Lisboa, já que os portugueses colonizaram aquela região indiana durante séculos. Lembro que todos os pratos vêm num tamanho bom para duas pessoas e que pedimos naan e uma espécie de feijoada goesa incrível, embora super-mega-apimentada-plus. Bom, mas é para acompanhar esse tipo de prato que existe cerveja Cobra.


EVEREST MONTANHA

Calçada do Garcia, nº 15 (ao Rossio - perto do Teatro D. Maria). Telefone: 21 887 64 28. A Time Out publicou também uma crítica: leia aqui.

CANTINHO DA PAZ

Rua da Paz, 4, à Rua dos Poiais de S. Bento. Telefone: 21 390 1963. Fica no bairro de Santos. Mapinha da região aqui.