Há uns dias eu tinha lido uma notinha sobre o pedido de falência que dois fornecedores fizeram à brinquedos Estrela. Cara, fiquei chocada! Eu tive uns brinquedos da marca na minha infância, dos quais me lembro particularmente de três.
O primeiro foi a boneca Amore, que falava frases diferentes quando a gente mexia os braços e pernas e quando ela ficava sem chupeta. Eu enchi tanto o saco da minha mãe, mas tanto, que ela acabou me dando de presente de Natal. Isso deve ter sido lá pelos idos de 1985, quando a gente tinha acabado de chegar a Brasília. Eu ainda me lembro dela levando a gente (eu e meu irmão do meio) pelo Conjunto Nacional para dar uma olhada nos possíveis presentes. É claro que eu não tive paciência de esperar pelo Natal e acabei berrando um monte para mamãe me dar a boneca na hora. Ai, ai... desculpa, mãe. Agora que sou grande :-) reconheço o quanto crianças chorosas são insuportáveis. Você vai para o céu, tamanha a sua paciência. E eu, escolada, me recusarei a ter filhos.
O segundo foi uma boneca da qual não vou me lembrar o nome agora, mas ela vestia maiô, touquinha... e nadava! "Sabia" crawl, borboleta e costas. Por motivos óbvios, eu me apaixonei por ela. Devo ter ganhado um tempo depois da Amore e antes de a gente mudar pra BH, porque eu ainda me lembro de tê-la colocado para nadar na piscina lá do bloco.
O terceiro foi a Barbie. Só tive uma, que ganhei quando já era "velha" (uns 10 ou 11 anos). Mas não posso reclamar, porque brinquei um monte com as das minhas amigas. A gente ficava quatro horas para montar a casa da Barbie, o carro da Barbie, o salão de beleza da Barbie, o escambau-a-quatro da Barbie e depois cansava. No final das contas, só dava conta de brincar uma meia hora com a bonequinha.
Outras pessoas da minha geração têm histórias parecidas com a minha, razão pela qual não tem como não ficar impressionada com a possibilidade de isso vir a acabar. Tá certo que empresas são empresas, que vivemos num capitalismo (neo) liberal implacável, que isso é coisa de mercado e acontece. Acontece mesmo, vai fazer o quê? Mas existem marcas que transcendem tudo isso e se revestem de um verniz emotivo que dura por muito tempo, como a Estrela.
Um repórter da Istoé Dinheiro captou bem esse pensamento e fez uma boa matéria explicando o que aconteceu. Leia aqui:
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/387/negocios/cai_estrela.htm
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