sábado, julho 23, 2005

O quase-cofrinho de HH

Primeiro eu fui à CPI. Depois eu fui a Sampa. Agora estou de plantão.
Foi por causa de tudo isso que corri à beça essa semana, mas foi correria das boas.

Na condição de repórter "emprestável" (a que é "emprestada" às outras editorias quando uma bomba estoura), me chamaram para ajudar na cobertura do depoimento do Sílvio Pereira (o do Land Rover) na terça-feira.

Fiquei chocada não só com seus grosseiros erros de português – ele errou simplesmente TODAS as concordâncias e troca o L pelo R. Seu habeas corpus preventivo irritou todo mundo, a ponto de vários parlamentares já estarem se articulando para pedir que o Ministério Público solicite a prisão preventiva de outros que se utilizaram do mesmo recurso – Marcos Valério, claro.

"A prisão preventiva é uma das mais odiosas medidas judiciais que podem ocorrer, mas ela ocorre dentro de circunstâncias muito claras dentro do que o Código de Processo Penal anuncia, como quando o indivíduo obstrui a Justiça e destrói provas", disse o relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (que eu gravei com meu Tamagotchi).

O curioso é que, por pouco, a "foto do dia" dos jornais do dia seguinte (quarta-feira), poderia ter sido bem diferente do clássico depoimento de Sílvio.

Durante uma pausa no depoimento do ex-secretário geral do PT, a gente viu uma das cenas mais assustadoras do dia. Uma moça não-identificada, sentada no fundo da plenária, arregalou os olhos, deu um grito gutural e caiu no chão. Avisaram que era um ataque epiléptico e veio todo mundo em cima da mulher, inclusive fotógrafos e cinegrafistas.

Heloísa Helena, que estava láááááá na frente, veio voando para socorrer a moça. Depois alguém me diria que HH é enfermeira, informação que ainda não consegui checar. A senadora se ajoelhou e começou a tentar evitar que a moça enrolasse a língua, etc., etc. Segundos depois, se dando conta de que estava sendo filmada o tempo todo, começou a fazer, com uma mão, o socorro. Com a outra, segurava o cós da calça, que era dessas de cintura baixinha. E eu fiquei torcendo para que a calça permanecesse em seu devido lugar.

Qualquer pessoa sabe que ter seu próprio "cofrinho" exposto (e registrado na mídia) é sinônimo de deboche certo. No caso de uma das mais radicais, mais amadas e odiadas parlamentares do Congresso, o temor é multiplicado por 10000000000000.

Porque é claro: se o maldito risquinho aparece, é certeza de primeira página em todos os jornais no dia seguinte. Já pensou? O mundo caindo, a banda podre do PT roubando e o povo só querendo saber do cofrinho da HH? Ia ser demais pro meu pobre coração.
Palhaçada...

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