O primeiro stencil eu vi numa lixeira perto de um mercadinho bom para comprar frutas. De cara, me indignei com o lugar escolhido pelo grafiteiro. Ao mesmo tempo, deu uma vontade louca de fotografar. Fiquei meses passando pelo tal lugar de carro e sem máquina. No dia em que finalmente me organizei para fazer cliques, alguém já havia tido a bondade de limpar a lata de lixo. Por sorte (sorte?), vi a mesma figura no mesmíssimo dia, numa parede nos fundos de um prédio comercial do outro lado da cidade (foto acima).
E descobri que, na verdade, tratava-se do anúncio de uma festa (me pergunto como terá sido).
Pois estava lá, flutuando na parede descascada, a imagem desse ser vagamente parecido com a Mulher Melancia (o quadril é menor, reparem) junto com um monte de cartazes horrorosos de consertos de máquinas de lavar, de shows musicais ocorridos no período pré-cambriano, de mães-de-santo/tarólogas, etc. Feio! Em síntese, aquilo é só mais uma informação visual que não vai acrescentar mais nada a ninguém (afinal, a festa já passou) e não contribui em nada para dar um jeito na cara poluída e decadente do lugar. Gosto não.
Mas pelo menos me fez pesquisar o que o Gilles Deleuze pensava. Antes de deparar com a moça do stencil, não havia lido nada dele na faculdade nem fora dela. Só conhecia de nome. :-(
O JC da segunda imagem tem carregado a sua cruz em outros pontos da cidade além da Asa Norte. Não lembro mais onde foi que o vi, mas nenhuma das aparições me deixou tão impactada quanto essa registrada na foto. Primeiro, porque ver Cristo assim, em plena luz do dia, é meio surreal. Segundo, porque eu sei que essa pilastra superalta havia sido pintada (nessa cor mostarda pavorosa) pouco tempo antes, e deve ter dado um trabalho mega! Se eu fosse o pintor desse prédio de lojas, cortava os pulsos na base da fricção.
O JC da segunda imagem tem carregado a sua cruz em outros pontos da cidade além da Asa Norte. Não lembro mais onde foi que o vi, mas nenhuma das aparições me deixou tão impactada quanto essa registrada na foto. Primeiro, porque ver Cristo assim, em plena luz do dia, é meio surreal. Segundo, porque eu sei que essa pilastra superalta havia sido pintada (nessa cor mostarda pavorosa) pouco tempo antes, e deve ter dado um trabalho mega! Se eu fosse o pintor desse prédio de lojas, cortava os pulsos na base da fricção.
E olha que nem falei da temática da figura. Jesus não é problema (para muitos, é solução), nem responsável por tanta intolerância que se vê. Pelo menos para mim, problema são as mil coisas péssimas que fizeram em nome dele. Tenho certeza de que se JC visse ao vivo todas as maluquices desse mundo, cortaria os pulsos na base da fricção também.
Menos mal que exemplares como esses são raros na cidade. Ontem, numa hora em que saí para resolver coisas na rua, vi uma série de grafites legais. Brasília está apinhada deles. Se eu conseguir, fotografo tudo -- ou pelo menos uma parte -- no fim de semana e mostro logo aqui.
Um comentário:
Tem pessoas que usam da inteligência e dom adquiridos para coisas erradas! Veja com esses desenhos são "perfeitos" nas linhas. Porém trazem uma mensagem nada legal!
Vou ficar esperando as fotos dos grafites legais! Esses sim devem valer a pena serem vistos!
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