quarta-feira, junho 29, 2005

Why, so (II)

Ainda com relação a essa história do prefeito anti-trancinhas e chapéus de palha, há um texto muito legal sobre a recusa à nossa cultura caipira. É do blog do Albert e está reproduzido abaixo:

Onde estão os caipiras?

Sempre fui muito indignado com uma coisa que eu acho absurda e parece que ninguém vê, a extinção dos caipiras. Os caipiras, genuinamente brasileiros, estão dando lugar aos "cowboys" importados dos isteites, com seus cintos do tamanho de um relógio de parede, seus chapéus "american way of life", suas músicas e seus passos saltitantes de dança.

Vejam bem, eu não sou contra você dançar ou ir a uma festa country. Eu sou contra isso tomar lugar na nossa cultura como sendo algo nosso. Ontem fui numa festa junina numa paróquia perto de minha casa e na hora da quadrilha, entraram dançando as meninas vestidas de roceiras, com aqueles vestidinhos floridos e chapéu de palha com trancinha e os homens entraram com calça jeans, botas, cintão, camisa xadrez e chapéu de cowboy. A música? Um countryzão americano.

Onde está a nossa música sertaneja? Onde está o Luiz Gonzaga tocando baião? Onde estão os chapéus de palha, o bigodinho pintado, os remendos falsos na roupa? Onde estão as quadrilhas de Lampião e Maria Bonita, com chapéu de couro de bode e sandália. ONDE ESTÃO NOSSOS VAQUEIROS??

E o pior é que o pessoal acha isso tudo muito natural. Uma vez, no meu trabalho, um colega do interior do Mato Grosso do Sul foi vestido todo de cowboy. Achando graça naquilo, fui perguntar porque ele tava fantasiado daquele jeito. Ele respondeu, com seriedade e naturalidade, que era a roupa típica da região dele. Eu, irritado, disse que não sabia que o Brasil tinha anexado o Texas. E ele não entendeu.

Um comentário:

Albert Dobbin disse...

Mary, brigadu pe'lembrrança! Óia só, eu tô ficandu porrtante, sô!
Bejim.
Berrt.