sábado, fevereiro 07, 2009

Grace - parte 2

Continuação do post logo abaixo. Aiaiai de quem ler o final antes do começo!

A maneira como consegui ficar com o Bernardo foi patética e totalmente desaconselhável, embora tenha dado certo. O deputado contou que tinha conversado com um juiz amigo lá na cidadezinha dele, em Minas. O juiz ia fazer o registro sem que eu precisasse passar pela formalidade da adoção, mas com um porém: eu teria que passar por funcionária da fazenda do deputado e alegar que o filho era meu mesmo, biológico, que eu era pobre e tinha sido abandonada pelo pai do bebê.

Veja você: tem cabimento uma mulher de quase 50 anos, enrugada desse jeito, passar por jovem mãe seduzida e largada? Ter, não tem, mas assim mesmo arranjei umas roupas velhas e um lenço, armei minha melhor cara de coitadinha e viajei para Minas. Faço teatro desde a juventude e posso dizer: foi o papel mais difícil da minha vida. Mas, quando voltei, meu filho já era 100% meu.

É um menino doce, inteligente, curioso e muito bem resolvido com o fato de ter sido adotado. Sempre digo que é o menino do meu coração, embora não tenha nascido da minha barriga. E ele deve entender -- ao modo dele, claro. Tanto que, esses dias, estávamos vendo o jornal na televisão e, quando apareceu uma imagem da leoa grávida no zoológico, com aquele ventre enorme, ele me fez a seguinte pergunta: “Mamãe, quando você me teve, ficou com o coração igual ao da barriga da leoa?”.

Eu respondi que sim e a gente riu muito. Ri e chorei ao mesmo tempo, mas creio que isso ele não percebeu.

7 comentários:

Mayra disse...

Ah, adorei.
Mas que é sacanagem deixar o final pro dia seguinte ah, isso é. =)
Bjo!

Anônimo disse...

Muito bacana, Mari! emocionante, claro! (Ainda bem que só vi hj com o texto completo!)

Anônimo disse...

Quedê a 3ª parte mulê?

Agora não pode parar não.

Anônimo disse...

Interessante a comparação com a barriga da "leoa". Mas eu conheço um caso de uma pessoa que depois de fazer mil tratamentos,durante muitos anos, resolveu adotar. Pouco tempo depois engravidou e já teve mais dois filhos.

Mari Ceratti disse...

Oi, gente!
Mayra: deixar o final do conto para o dia seguinte pode ser uma sacanagem ou apenas um recurso para aumentar a emoção, dependendo do ponto de vista. :-)
Alê: bem-vinda de volta ao blog!
Quemel: não tem terceira parte não, homi! :-) Acaba assim mesmo, com mãe e filho brincando e sendo felizes para sempre.
Lorena: que massa essa história! Mas não conheço pessoalmente ninguém que tenha vivido isso. Só a Charlotte no filme do Sex and the City, hehehehehe.

Abraço coletivo!

Anônimo disse...

Oi, Mari.
Ihhh..., perdi esse filme. Já a história que contei é verdade mesmo. Logo que li a primeira parte da crônica lembrei desse caso. Conheço os três filhos do casal e, digo mais, os pais afirmam que o primeiro filho foi gerado na minha casa quando se hospedaram durante umas férias. Essa parte já não posso garantir, mas também, quem sou eu para contestar? hehehe...

Mari Ceratti disse...

Uia! Saidinhos os seus hóspedes, hein? ;-)
O Sex and The City - O filme está em DVD. Veja e comprove a história...
Xêros! :-)