segunda-feira, janeiro 05, 2009

Manual prático de baladas e afins




Trabalhar em um suplemento cultural há quase três anos me permitiu saber algo mais do que “a boa do fim de semana” (aliás, odeio essa expressão): fez-me conhecer a incrível classe dos divulgadores de baladas e sua relação com o texto escrito, que é um mundo completamente à parte.
Façam o teste: sentem-se à mesa do Beirute ou qualquer bar com muita gente, onde vocês certamente receberão uns 37 panfletos (ops, vamos usar flyers, que é uma palavra muito mais fina) de festas, shows e afins. E leiam com carinho o que está escrito. Não é sempre que eu faço isso – ainda assim, já encontrei pérolas como as que compartilho abaixo...

Mulher liberada / Mulher grátis
Uepa, uepa! Se encontrar essa informação numa filipeta (putz, esqueci! É flyer), não fique assim, animadinho, achando que chegará à festa e encontrará hordas de mulheres saindo de uma gaiola (tipo Gaiola das Popozudas) cheias de amor para dar... de graça. Eu quase estrebuchei quando vi essas palavras unidas dessa forma. Na verdade, o divulgador quer dizer que mulheres têm entrada franca (normalmente, até determinado horário).

Mulher vip
Sim, todos nós sabemos que as mulheres são pessoas muito importantes – portanto, vip. Mas essa informação, quando escrita num panfleto de festa, significa um pouco mais (quer dizer, dita assim, não significa nada). Na verdade, é mais ou menos o mesmo de “mulher liberada”: quer dizer que os seres com cromossomos XX têm entrada grátis no dito evento.

R$ XX (meia mulher)
Você conhece alguma maneira mais bizarra do que essa de dizer que mulher tem meia-entrada no festerê? Eu, não.

Open food
Caros, essa é a pior. Depois de a expressão open bar ganhar o mundo, algum ixxxpertu achou que poderia aplicar a mesma lógica de divulgação às festas em que o ingresso dá direito ao rango. E a praga pegou, pelo menos aqui em Brasília – talvez porque esse negócio de dizer que haverá “comida à vontade” seja coisa de pobre... :-O

(Se alguém lembrar de mais algum lance desses, pode deixar um comentário).

2 comentários:

Pedal Musical disse...

Mari,

É justamente isso que acontece. Esses produtores acham que somos otários. Voltarei ao blog mais vezes.
beijo

Anônimo disse...

Tem certas expressões que reforma ortográfica nenhuma conseguirá igualar, não é mesmo? Vão sempre precisar de um dicionário ou um tradutor exclusivos.